O líder da
Renamo, ate agora o maior partido de oposicao em Mocambique, Afonso Dhlakama,
diz que conta sair em breve do esconderijo onde se encontra desde Outubro de
2013. Falando quinta-feira (12) em entrevista telefónica à agência francesa
AFP, a partir de um lugar desconhecido, Dhlakama disse que as conversações em
curso com o Governo, estão a começar a dar frutos, podendo abrir caminho para o
seu regresso à vida pública.“Se tudo correr bem, pode acontecer já amanhã. Tudo
depende das negociações”, realçou ele, optimista. Em entrevista telefónica
anterior, em Dezembro ultimo, Dhlakama já havia confirmado, a agência Lusa, que
o seu partido tenciona concorrer às eleições gerais agendadas para 15 de
Outubro, que antes tinha ameaçado boicotar. Afonso Dhlakama concorreu a todas
as eleições presidenciais, sem nunca vencer nenhumas, desde a assinatura do
Acordo Geral de Paz (AGP) que, em 1992, pôs fim à guerra civil que durou 16
anos e causou a morte a cerca de um milhão de pessoas e destruição do tecido
social. Simultaneamente, a base eleitoral da Renamo decresceu de 47 por cento,
em 1999, para 16 por cento, em 2009. No final de 2012, Afonso Dhlakama e a
Renamo regressaram aos tempos de guerrilha, reocupando a sua antiga base em
Gorongosa, atacando alvos civis e militares. Em Outubro, as Forças Armadas
moçambicanas atacaram a base de Satunjira e Dhlakama fugiu para parte incerta
onde se encontra até ao momento.No final do mês passado, o governo e a Renamo acordaram em iniciar um diálogo
através do qual as partes já alcançaram alguns consensos no tocante a revisão
da Lei Eleitoral devendo a Renamo remeter a sua proposta ao parlamento, a
Assembleia da Republica (AR), ainda esta semana. A luz do entendimento
alcançado, caso seja aceite pelo parlamento o número de membros na Comissão
Nacional de Eleições (CNE) vai aumentar de 13 para 17, sendo, cinco membros da
Frelimo, quatro da Renamo, um do Movimento Democratico de Mocambique (MDM),
todos com assento na AR e sete da sociedade civil.Apesar deste entendimento a
violência não cessou. A Renamo continua a levar a cabo ataques contra posições
das Forcas Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e contra alvos civis.Na
entrevista concedida a AFP, Dhlakama confirmou os mais recentes ataques,
ocorridos no final da semana passada, mas garantiu que tinha ordenado um
cessar-fogo.
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