...................... libertação de duas mil pessoas, na sua maioria mulheres e jovens, para diminuir
a sobrelotação nas prisões do país, onde mais de cem pessoas morreram de
fome e doenças em 2013. Entre os prisioneiros, que serão libertados hoje,
não estão incluídos os detidos que cumprem penas por "assassínio,
traição, violação ou qualquer delito sexual", declarou hoje o
vice-comissário das prisões do Zimbabué, Agrey Machingauta. "Pedimos à nação para aceitar os
libertados, dar-lhes uma segunda oportunidade. Não queremos que sejam estigmatizados",
afirmou Machingauta, em declarações
ao diário governamental Herald.
As 42 prisões do Zimbabué têm capacidade para albergar 17 mil presos,
número que havia aumentado para 18.980 na sexta-feira, segundo dados oficiais. O
grupo Advogados do Zimbabué pelos Direitos Humanos denunciou, em dezembro,
que as prisões do país converteram-se em "armadilhas mortais" depois
de o Governo ter reduzido as rações de comida por falta de fundos. Para
remediar a situação, o Ministério da Justiça do país solicitou 1,2
milhões de dólares (875,5 milhões de euros) para pagar a alimentação para
os presos, mas só recebeu 300 mil dólares (219 mil euros). Assim, em dezembro
de 2013 já chegava a uma centena o número de presos que morreram de fome
e de doenças nas prisões. Na sua ordem de "clemência", Mugabe
concedeu a amnistia de penas para mulheres presas, independentemente do
delito cometido, salvo as condenadas a prisão perpétua e pena de morte,
precisou Machingauta. Também serão postos em liberdade todos os presos
menores de 18 anos e doentes terminais, que não poderão sobreviver ao
tempo de pena restante. A mortalidade nas prisões mais elevada em prisões
foi registada em 2009, quando mil presos morreram nos quatro primeiros
meses do ano no país.
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