A primeira implicação
da forte presença do MDM nas assembleias municipais tem a ver com a mudança de
relação de forças entre a Frelimo e a oposição. Nas grandes cidades, como
Maputo e Matola, a presença da oposição era tão insignificante que não lhe
permitia propor projetos nem travar qualquer proposta da Frelimo. A partir do
próximo mandato - inicia em janeiro com a tomada de posse dos novos membros - a
oposição passa, nestas duas cidades, a ter uma palavra a dizer nas assembleias
municipais. A Frelimo já não pode aprovar os orçamentos
municipais (Maputo e Matola) sem negociar com o MDM, uma situação que é
histórica. O MDM já pode, a partir do próximo mandato, aprovar todos os
programas, nos municípios da Beira e Quelimane, sem necessitar de negociar com
a Frelimo, algo que não acontecia no mandato transato, em que dependia da
vontade da Frelimo e da Renamo, os únicos que tinham membros nas duas
assembleias municipais. Outra consequência para o MDM, tendo em conta que
os assentos são empregos, é o partido ter oportunidade de criar e alimentar a
sua elite, situação que já não irá acontecer com a Renamo, que vê os seus pouco
mais de 200 membros no desemprego. Por seu turno, a Frelimo também irá perder
cerca de 50 assentos nesses quatro principais municípios.
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