O povo
fez história. Pela primeira vez, o povo moçambicano saiu à rua de forma
pacífica e ordeira para protestar contra o estado caótico e de insegurança
generalizada em que o País está. A capital, Maputo, parou literalmente.
Estima-se que tenham estado na marcha mais de 10 mil cidadãos. Moçambicanos de
todas as raças, sexo, idade e extractos sociais saíram à rua e, numa única voz,
manifestaram a sua indignação perante a incompetência do Governo da Frelimo.
“Basta”, foi o lema da marcha. O povo
disse “basta” ao actual espectro de
guerra civil que se está a alastrar por todo o País, devido à “intolerância
política”, tal como disse “basta” à onda de raptos e assassinatos que já
atingiram níveis de calamidade.A marcha começou um pouco depois das 08 horas,
na estátua Eduardo Mondlane, na avenida do mesmo nome. O mar de gente começava
da estátua pela Avenida Eduardo Mondlane e desaguava no cruzamento com a Albert
Lithuli. Era muita gente. Empunhando cartazes com palavras de ordem como:
“abaixo a corrupção”, “queremos a paz”, “a quem serve a polícia?”, “Governo
mudo”, “não à intolerância”, o povo manifestou a sua indignação com a actual
situação do País. De forma muito ordeira a marcha seguiu até à Praça da
Independência, em frente ao edifício do Conselho Municipal de Maputo.Já na
Praça da Independência a moldura humana concentrou-se em frente à estátua
Samora Machel, e os líderes das instituições envolvidas na organização do mega
evento tomaram a palavra para manifestar a sua indignação. Observou-se um
minuto de silêncio em memória às pessoas que perderam a vida nos confrontos
militares e em consequência dos raptos. Foi entoado o hino nacional em sinal de
patriotismo dos manifestantes. Mas antes dos discursos, subiu ao palco o músico
Azagaia para com a multidão cantar, “Ladrões, fora! Corruptos, fora!
Assassinos, fora!”(Canalmoz)
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