As Nações Unidas estimam que 9,3 milhões de sírios, ou
seja, cerca de 40% da população do país, esteja dependente da ajuda humanitária
para sobreviver.“A situação humanitária na Síria continua a deteriorar-se,
rapidamente e inexoravelmente”, lamentou a responsável pelas operações
humanitárias da ONU, Valérie Amos, num encontro com os representantes do
Conselho de Segurança em que lamentou as dificuldades e os atrasos no processo
de distribuição de ajuda.Depois de mais de dois anos de guerra civil, o número
de sírios que foi obrigado a abandonar as suas casas ultrapassa já os 6,5
milhões, disse aquela responsável. “O Conselho tem de usar a sua influência
para garantir a protecção destes civis, a segurança do pessoal médico que os
assiste, a distribuição da assistência humanitária e a expansão das operações
de ajuda que permitem salvar vidas”, defendeu.Valérie Amos referia-se apenas à
população que ainda permanece no país – desde 2011, milhões de pessoas trocaram
a Síria por campos de refugiados nos países vizinhos. Mas as organizações que
cuidam da assistência humanitária têm-se deparado com crescentes dificuldades
para ter acesso às famílias em necessidade: a imprensa internacional tem vindo
a denunciar o aumento dos casos de malnutrição em localidades sob cerco
militar, e o próprio Governo sírio já confirmou o ressurgimento de casos de poliomielite (paralisia
infantil) por falta de vacinação.A guerra civil da Síria já fez mais de cem mil
mortos.
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