Neste
capítulo, Guebuza teve o mérito de ter erguido várias infra-estruturas que
contribuíram para a moralização das instituições, podendo se destacar-se: os
edifícios da Procuradoria Geral da República, dos Ministérios do Trabalho, da
Juventude e Desportos, da Função Pública, do Turismo, entre outros. Nas
províncias e distritos foram erguidas infra-estruturas para o funcionamento das
Secretarias Provinciais e Distritais, Direcções Provinciais, Palácios de
Justiça, residências oficiais dos Administradores e de outros dirigentes. Nos
últimos anos, temos visto as instituições, sobretudo os governos distritais, a
desfilarem frotas de viaturas topo de gama, tudo isso visando dar suporte à
governação e governabilidade do país. Vários outros desafios ainda se colocam,
mas neste aspecto Guebuza teve mérito, porque criou alicerces para a
condignidade da Administração Pública. Guebuza
criou, igualmente, instituições novas, com destaque para o Ministério da Função
Pública e a Autoridade Tributária. A última foi uma decisão acertadíssima,
enquanto a primeira deixa muito a desejar. A Autoridade Tributária é uma das
instituições mais eficientes que o país já teve, com um sistema de gestão que
inspira a qualquer um e cujos resultados se reflectem na crescente capacidade
do Estado em gerar receitas e reduzir o défice orçamental. O mesmo
não se pode dizer do Ministério da Função Pública que não consegue gerir menos
de meio milhão de servidores públicos, que ainda se debatem com o crónico
problema de falta de promoções e progressões, sem contar que não conseguiu
uniformizar a política salarial dentro do Aparelho do Estado, o que cria
descontentamento intersectorial e constantes fugas de quadros. Este Ministério não
conseguiu sindicalizar a Função Pública e não faz uso do Artigo 22 do Estatuto
Geral dos Funcionários e Agentes do Estado, que prevê a mobilidade de quadros,
o que a acontecer poderia resolver o problema de falta de enquadramento dos
funcionários que frequentam cursos “fora da vocação das suas respectivas
instituições”, enquanto outras instituições enfrentam problemas de falta de
quadros qualificados. O recenseamento e cadastramento dos funcionários públicos, bem como o pagamento de salários via “e-folha” são algumas das poucas acções visíveis deste ministério que, quanto a mim, deveria ser extinto. Nos seus primeiros anos de mandato, Guebuza foi recordista de normas que posteriormente foram declaradas inconstitucionais, mas cedo corrigiu esse problema, tendo passado a promulgar e mandar publicar leis de grande utilidade pública, sobretudo no domínio do funcionamento das instituições do Estado. No dia da tomada de posse, o Presidente Guebuza declarou como espírito de deixa-andar o “sub-aproveitamento dos quadros disponíveis na instituição”, mas o que se viu ao longo de todos estes anos foi exactamente isso. Muitos funcionários foram desencorajados, de diversas formas, a darem o melhor de si, ou por não pertencerem ao partido no poder, ou por terem um pensamento diferente dos dirigentes e do regime. Existem vários exemplos de quadros que não passam de simples leitores de jornais nas suas instituições.
quadros qualificados. O recenseamento e cadastramento dos funcionários públicos, bem como o pagamento de salários via “e-folha” são algumas das poucas acções visíveis deste ministério que, quanto a mim, deveria ser extinto. Nos seus primeiros anos de mandato, Guebuza foi recordista de normas que posteriormente foram declaradas inconstitucionais, mas cedo corrigiu esse problema, tendo passado a promulgar e mandar publicar leis de grande utilidade pública, sobretudo no domínio do funcionamento das instituições do Estado. No dia da tomada de posse, o Presidente Guebuza declarou como espírito de deixa-andar o “sub-aproveitamento dos quadros disponíveis na instituição”, mas o que se viu ao longo de todos estes anos foi exactamente isso. Muitos funcionários foram desencorajados, de diversas formas, a darem o melhor de si, ou por não pertencerem ao partido no poder, ou por terem um pensamento diferente dos dirigentes e do regime. Existem vários exemplos de quadros que não passam de simples leitores de jornais nas suas instituições.
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