O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, defendeu este Sábado em
Addis Abeba, que África irá vencer a batalha pela sua emancipação económica,
uma vez que o direito de não ser pobre é lhe inalienável.Guabuza manifestou
esse seu optimismo falando nas celebrações dos 50 anos da Organização da
Unidade Africana (OUA) – hoje União Africana (UA), cujas cerimónias centrais
decorreram este Sábado na capital etíope, sede da organização.Segundo o
estadista moçambicano, que falava na sua qualidade de Presidente em exercício
da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), a independência
política de África – por que lutaram os fundadores da OUA - era uma meta para o
lançamento duma nova batalha, que é a emancipação económica. “Sabemos que vamos vencer nesta batalha, pois estamos todos conscientes do
facto de que o direito de não ser pobre, como o direito à independência, é um
direito que nos é inalienável. Por isso, a luta continua”, disse Guebuza, um
dos estadistas que intervieram durante as celebrações.A UA tornou as
celebrações deste seu jubileu de ouro, que decorre sob o lema “Pan-Africanismo
e Renascimento Africano” como uma oportunidade para reflectir sobre os últimos
50 anos bem como para a discussão do seu plano estratégico para os próximos 50
anos.Igualmente, a organização tomou a ocasião para prestar uma homenagem aos
fundadores do movimento pan-africanista e os líderes dos 32 países africanos
que, estando já independentes, criaram a OUA (em 1963) pelo seu papel na
libertação do continente do colonialismo e do apartheid. Na sua intervenção, Guebuza falou do papel da região da África Austral na
erradicação desses problemas e nesse contexto, destacou o nacionalista e antigo
Presidente tanzaniano, Mwalimu Julius Nyerere, como “um dos mais célebres e
celebrados filhos da Tanzânia e de África”.“Ele transformou o seu país em
retaguarda para os movimentos de libertação, entre eles o ANC, FRELIMO, MPLA,
ZANU, ZAPU e SWAPO”, disse Guebuza. Igualmente, o estadista moçambicano
destacou o apoio prestado aos países sob jugo colonial e apartheid por outros
defensores do ideal Pan-Africanista, como são os casos de Ben Bella, Gamal
Nasser, Haile Selassie, Houphouet Boigny [Ufuwé Bwanyi], Leopold Senghor, Kwame
Nkrumah, Modibo Keita e Sekou Toure.“O caminho trilhado até à nossa
independência foi árduo. Muitos dos nossos irmãos e irmãs foram sujeitos a
humilhação, tortura, prisão e desterro. Outros carregam consigo eternas
cicatrizes e outros ainda tornaram-se mártires da liberdade que hoje
desfrutamos”, anotou o presidente.Além do Presidente da República, a delegação
moçambicana a este evento integra os Ministros dos Negócios Estrangeiros e
Cooperação, Oldemiro Balói, da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia,
da Cultura, Armando Artur, na Presidência para Assuntos Sociais, Feliciano
Gundana, bem como a vice-Ministra da Saúde, Nazira Abdula.
0 comments:
Enviar um comentário