quinta-feira, maio 16, 2013

Por eleições justas e transparentes


Foram eleitos, pelo Parlamento moçambicano, os três membros da Sociedade Civil que vão fazer parte da futura Comissão Nacional de Eleições são os cidadãos: Abdul Carimo Nordine, Rabia Zauria Ibraimo Valgy e Paulo Cuinica. Foram também eleitos, como suplentes, os cidadãos Delfim de Deus Júnior, Jeremias Timana, Júlio Cunela. Após uma votação secreta, uma urna foi instalada no plenário do Parlamento, onde participaram apenas 175 deputados das bancadas de Frelimo e do MDM - a bancada parlamentar da Renamo retirou-se da sala de sessões pois, como já tornou público, não vai participar de nenhum processo que vise a realização de eleições em Moçambique sem que sejam sanadas divergências por ela apresentada sobre a Lei Eleitoral aprovada no ano passado - Abdul Carimo obteve 159 votos, Rabia Valigy 159 votos e Paulo Cuinica 155 votos.Os três novos integrantes eleitos para a Comissão Nacional de Eleições (CNE), em representação da sociedade civil, afirmam que irão apostar no diálogo como forma de encontrar consenso nos assuntos que, eventualmente, possam criar algum impasse.
Na ocasião, Abdul Carimo, que ficou na primeira posição na eleição, disse aos orgãos de comunicação social de que o a maior desafio da CNE, neste momento, é estabelecer um mecanismo de maior comunicação dentro do órgão, de modo a alcançar maior transparência. “Espero corresponder aos anseios da sociedade moçambicana no que respeita ao funcionamento da CNE”.Para Abdul Carimo, a actual CNE é um órgão que está a funcionar dentro das competências legais. Entretanto, é fundamental que se melhore, para além da comunicação, o relacionamento com os diferentes intervenientes dentro do processo de eleições, sobretudo, a interacção com os partidos políticos que são os principais actores nesse processo.Sobre a sua “fórmula mágica” para ultrapassar os possíveis impasses dentro da órgão, o actual director executivo do Observatório Eleitoral afirmou que o espírito de equipa é que deve nortear os destinos da CNE.
Por seu turno, Rabia Valgy, a única mulher que pela sociedade civil vai integrar a CNE, diz que para um melhor desempenho desse órgão devem ser melhorados as condições de trabalho, sobretudo no diz respeito à habitação para os órgãos de apoio.É que, segundo disse, durante o processo eleitoral, os membros dos órgãos de apoio, nomeadamente as comissões provinciais e distritais são sempre alojados em casas arrendadas e em condições não adequadas. “É preciso criar melhores condições para os órgãos eleitorais e que tais órgãos tenham estabilidade”.Valgy defende ainda que a única forma de ultrapassar a divergência de ideias naquele órgão é através do diálogo. Ela disse contar com a sua experiência, adquirida durante o presente o mandato, para dar um contributo positivo ao órgão, uma posição também defendida por Paulo Cuinica, que também estará a renovar o mandato.
Segundo Cuinica, os desafios da CNE, neste momento, resumem-se a três aspectos, nomeadamente a verificação das candidaturas, a abertura para o diálogo, a aproximação dos eleitores e, por último, a educação cívica. “As pessoas precisam de se recensear e votar sabendo porque o fazem”. Para o entrevistado, o processo que culminou com a sua eleição e a dos seus colegas foi o de muita credibilidade. “A CNE sai fortalecida e vai levar a cabo as suas funções com confiança”.

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