Foram eleitos, pelo Parlamento
moçambicano, os três membros da Sociedade Civil que vão fazer parte da futura
Comissão Nacional de Eleições são os cidadãos: Abdul Carimo Nordine, Rabia
Zauria Ibraimo Valgy e Paulo Cuinica. Foram também eleitos, como suplentes, os
cidadãos Delfim de Deus Júnior, Jeremias Timana, Júlio Cunela. Após uma votação
secreta, uma urna foi instalada no plenário do Parlamento, onde participaram
apenas 175 deputados das bancadas de Frelimo e do MDM - a bancada parlamentar
da Renamo retirou-se da sala de sessões pois, como já tornou público, não vai
participar de nenhum processo que vise a realização de eleições em Moçambique
sem que sejam sanadas divergências por ela apresentada sobre a Lei Eleitoral
aprovada no ano passado - Abdul Carimo obteve 159 votos, Rabia Valigy 159 votos
e Paulo Cuinica 155 votos.Os três novos integrantes eleitos para a Comissão
Nacional de Eleições (CNE), em representação da sociedade civil, afirmam que
irão apostar no diálogo como forma de encontrar consenso nos assuntos que,
eventualmente, possam criar algum impasse.
Na ocasião, Abdul Carimo, que ficou
na primeira posição na eleição, disse aos orgãos de comunicação social de que o
a maior desafio da CNE, neste momento, é estabelecer um mecanismo de maior
comunicação dentro do órgão, de modo a alcançar maior transparência. “Espero
corresponder aos anseios da sociedade moçambicana no que respeita ao
funcionamento da CNE”.Para Abdul Carimo, a actual CNE é um órgão que está a
funcionar dentro das competências legais. Entretanto, é fundamental que se
melhore, para além da comunicação, o relacionamento com os diferentes
intervenientes dentro do processo de eleições, sobretudo, a interacção com os
partidos políticos que são os principais actores nesse processo.Sobre a sua
“fórmula mágica” para ultrapassar os possíveis impasses dentro da órgão, o
actual director executivo do Observatório Eleitoral afirmou que o espírito de
equipa é que deve nortear os destinos da CNE.
Por seu turno, Rabia Valgy, a única
mulher que pela sociedade civil vai integrar a CNE, diz que para um melhor
desempenho desse órgão devem ser melhorados as condições de trabalho, sobretudo
no diz respeito à habitação para os órgãos de apoio.É que, segundo disse,
durante o processo eleitoral, os membros dos órgãos de apoio, nomeadamente as
comissões provinciais e distritais são sempre alojados em casas arrendadas e em
condições não adequadas. “É preciso criar melhores condições para os órgãos
eleitorais e que tais órgãos tenham estabilidade”.Valgy defende ainda que a
única forma de ultrapassar a divergência de ideias naquele órgão é através do
diálogo. Ela disse contar com a sua experiência, adquirida durante o presente o
mandato, para dar um contributo positivo ao órgão, uma posição também defendida
por Paulo Cuinica, que também estará a renovar o mandato.
Segundo Cuinica, os desafios da CNE,
neste momento, resumem-se a três aspectos, nomeadamente a verificação das
candidaturas, a abertura para o diálogo, a aproximação dos eleitores e, por
último, a educação cívica. “As pessoas precisam de se recensear e votar sabendo
porque o fazem”. Para o entrevistado, o processo que culminou com a sua eleição
e a dos seus colegas foi o de muita credibilidade. “A CNE sai fortalecida e vai
levar a cabo as suas funções com confiança”.
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