Quando os governos limitam
as liberdades fundamentais dos cidadãos,
dão um sinal de descontrolo e desespero,
como foi o caso do regime colonial
português e, só para citar os últimos de
2012, as ditaduras do Iraque, Tunísia,
Egipto, Yemen. Todos os regimes ditatoriais tiveram as segundas repúblicas ou segundas revoluções desde a Europa, USA,
América do Sul, Europa,-Ásia, África, e Médio Oriente.Em Portugal houve a
segunda república (Estado Novo) e a primeira revolução (25 de Abril). Na
maioria dos países Africanos houve as segundas revoluções pós-independência
(Argélia, Tunísia, Sudão, Gana, Uganda, Quénia, Nigéria, Senegal, Ex--Zaire,
Costa-do Marfim, Mali, etc.).Muitas dessas mudanças radicais foram aproveitadas
por ex-colonizadores ou nações dominantes para potenciar as suas influências.
Contudo todas elas (segundas repúblicas ou revoluções) tiveram origens
endógenas, baseadas em descontentamento causado por abuso de poder de governos
fragilizados, que necessitaram de “força” para intimidar ou se “comunicarem”
com os cidadãos. O poder e uma percepção que uns têm sobre alguém… Quando esses pensarem que aquele já não é poderoso,
não importa quanto armado e pesada for a sua força repressiva, o poder
esvazia-se.O nosso Governo da FRELIMO ao limitar, perseguir, e punir cidadãos por
requererem ou até exigirem direitos fundamentais é uma antítese da revolução
que a Frelimo e Mondlane, Machel, Chissano e Armando Guebuza protagonizaram; A manipulação
dos órgãos do poder – particularmente a Justiça – e da liberdade de expressão;
a proibição de manifestação com repressão e perseguição; o abocanhamento do património
do Estado; a utilização das forças de Defesa e Seguranca para intimidar,
reprimir e encarcerar cidadãos no lugar de os proteger; a utilização de
“mafias” para destabilizar a paz social e económica, faz recordar regimes
feitos desaparecer pela revolta popular.Para aqueles que pensam que os que
exigem são “reaccionários” devo-lhes recordar que estes direitos fundamentais
estão na Carta Universal dos Direitos Humanos, estão na Constituição da
República de Moçambique, e finalmente estão nos princípios ideológicos e
filosóficos da FRELIMO, bem como nos seus estatutos.Se alguém está errado não
somos nós. Este governo da FRELIMO que ajudei a eleger tornou-se canibal,
comendo os seus próprios filhos. Mas esta educação foi-nos dada pelos líderes
da FRELIMO. Será que estava errada?Onde estão os nossos libertadores? Os nossos
independentistas? Os revolucionários? Será que foi um sonho?Todas a vítimas da
“mafia”, da (in)justiça, da máquina repressiva, da limitação dos direitos
fundamentais, da falta de ética e pudor no trato da coisa publica, do
empobrecimento, etc… etc…, começam a ser demasiadas para ignorarmos. Nós
Moçambicanos temos que dizer basta !!!!O barulho do silêncio é audível. A luta
continua. (Amade Camal ex-deputado da FRELIMO)
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