Uma
campanha invicta e quase imaculada marca o percurso do Benfica na I Liga
de futebol em 2012/13, com os "encarnados" próximos do título, mas a deixarem na reta final o FC Porto também dependente de
si próprio. Em 28 jornadas o Benfica teve que chegar à antepenúltima para
fazer o que não podia: escorregar, num empate em casa com o Estoril-Praia
(1-1), e deixar o rival FC Porto a depender também de si, antes do
clássico de sábado no Dragão. De quatro pontos de vantagem o Benfica passou a dois, a duas jornadas do
final. Os "encarnados" até podem ser campeões no sábado, mas em caso de
derrota deixam de liderar e até podem vir a perder o título na última ronda. É
um final de campeonato repleto de incerteza, depois de uma campanha em que
Benfica e FC Porto mostraram ser as únicas equipas capazes de lutar pelo
título, com o Paços de Ferreira, terceiro, a 21 pontos de "águias" e
19 de "dragões". O Benfica, à semelhança do que tem acontecido
desde a chegada em 2009 do treinador Jorge Jesus, até nem iniciou o
campeonato da melhor forma, quando a 18 de agosto, no arranque, não foi
além de um empate a dois golos em casa com o Sporting de Braga. Nas
anteriores campanhas, Jesus começou 2009 com um empate em casa com o
Marítimo, em 2010 derrota com a Académica também na Luz (2-1) e em 2011 com
uma igualdade frente ao Gil Vicente, em Barcelos (2-2). Desta vez a
malapata manteve-se na estreia com o Braga (18 de agosto), mas a equipa
conseguiu embalar para uma boa época, apesar de ainda empatar, novamente a 2-2, à quarta jornada na visita à Académica (23 setembro). Ainda
na primeira volta da Liga seria preciso esperar pela receção ao FC Porto,
a 13 de janeiro, para o Benfica ceder nova igualdade em casa (2-2), a uma
jornada do final da primeira metade. Os receios do último terço do campeonato em que o Benfica perdeu a luta na
anterior época - começaram a dissipar-se com os meses de março e abril
repletos de vitórias, e já depois de somar em fevereiro (a 10) o quarto
empate: na visita ao Nacional (2-2). Foi nesses meses que a equipa de
Jorge Jesus igualou a melhor sequência de triunfos, com nove vitórias consecutivas
entre a 19ª e a 27ª jornada, tal como havia feito entre a 5ª e a 13ª. Em
28 jogos a equipa conseguiu o melhor registo desde que Jesus é o treinador
(74 pontos em 84 possíveis), superando os números que contava no período homólogo da época em que foi campeão, 73 resultantes de 23 vitórias, quatro
empates e uma derrota. Desta vez a equipa tem os mesmos triunfos, mas mais
um empate e nenhuma derrota. O grande adversário é o FC Porto, colado na tabela e que no sábado é o
anfitrião do "jogo do título". E quando tudo parecia encaminhado
para a conquista da Liga, o Benfica consentiu um empate com o Estoril
(1-1) e colocou-se na posição de ir ao Dragão a necessitar de empatar para
manter a liderança ou vencer para se sagrar campeão.
Na última época, com os mesmos treinadores nas duas equipas, o encontro terminou
com uma igualdade a 2-2, mas o Benfica não sabe o que é vencer na casa do
rival desde 2005, quando triunfou então com um "bis" de Nuno Gomes. Esta
época a notar ainda a capacidade ofensiva da equipa, com 73 golos marcados
(e 17 sofridos), num registo próximo do alcançado na última temporada em que foi campeã (75 à 28ª jornada e 78 no final). Um trajeto de 28
jogos sempre a marcar nunca ficou em
"branco" -, e algumas das vezes em forma de goleada (Vitória
Setúbal, 0-5; Marítimo, 4-1; Gil Vicente, 5-0; Vitória de Guimarães, 0-4 e
Rio Ave, 6-1).
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