quinta-feira, maio 09, 2013

PIB de Moçambique,um dos mais elevados do mundo


O governo moçambicano e o Fundo Monetário Internacional (FMI) acordaram um novo Instrumento de Apoio a Políticas (PSI – Policy Support Instrument) para o período 2013/6, anunciou hoje, em Maputo, o representante desta instituição com sede em Washington.  O acordo foi alcançado no término de uma visita de uma equipe do FMI a Moçambique entre 24 de Abril e 08 de Maio do corrente, para realizar discussões de consulta do Artigo IV e a sexta e última avaliação no âmbito do último PSI aprovado em Junho de 2010.  O novo acordo ainda carece de uma aprovação do Co
nselho de Administração do FMI. “O novo PSI terá como suporte quatro pilares, incluindo a consolidação da estabilidade económica no contexto da exploração dos recursos minerais; crescimento robusto e mais inclusivo; capacitação institucional na formulação e implementação da política macroeconómica; e fortalecimento da governação e transparência no sector público”, disse hoje a chefe da missão do FMI para Moçambique, Doris Ross, em conferência de imprensa.O PSI é um instrumento através do qual o FMI analisa e apoia as políticas económicas de um determinado país, mas não inclui a concessão de empréstimos.O FMI descreve o PSI como sendo um mecanismo que “foi concebido para os países de renda média que não querem ou não precisam de assistência financeira do FMI, mas que precisam da assessoria, monitoria e aprovação das suas políticas”.Moçambique e o FMI possuem um relacionamento que data há muitos anos. Inicialmente, esta relação era na forma de apoio financeiro, mas nos últimos seis anos passou a concentrar-se nos serviços de assessoria. “Neste momento não estamos a fornecer apoio financeiro ao governo. Talvez o facto mais importante do que o apoio financeiro seja a assistência técnica para melhorar e reforçar a gestão fiscal, melhorar os sistemas através dos quais o governo gere as suas despesas para conferir maior transparência e também encorajar o governo a publicar mais informação”, disse a chefe da missão. Segundo Ross, o FMI também assessora o governo moçambicano na formulação de legislação económica. Esta assessoria é particularmente importante nesta fase e tem como enfoque a legislação fiscal para a mineração e de hidrocarbonetos, que são sectores muito especializados e complexos. 
“O que pretendemos fazer é partilhar com o governo as melhores práticas internacionais”, disse.  Sobre a economia moçambicana, Ross manifestou a sua satisfação com o facto de o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real ter atingido 7,5 por cento em 2012, um dos mais elevados do mundo e na região, o que reflecte a expansão e o rápido aumento da produção de carvão bem como nos serviços financeiros, transportes e comunicações e agricultura. As graves cheias no início de 2013 tiveram um impacto significativo, destruindo culturas no Sul do país e causando danos significativos nas infra-estruturas. Todavia, o FMI acredita que o crescimento real do PIB deverá atingir cerca de sete por cento até finais do corrente ano graças a expansão da exploração mineira e recuperação da produção agrícola. 
O FMI também enaltece a queda significativa da inflação do preço do consumidor, para 2,2 por cento em Dezembro de 2012, depois de atingir o pico de 16,6 por cento no fim de 2010.Estas conquistas são o reflexo dos efeitos do rigor da política monetária em 2011, uma boa colheita e o aumento no abastecimento de alimentos, relativa estabilidade do metical em relação as principais moedas, desenvolvimentos favoráveis nos preços internacionais e estabilidade dos preços administrados.Esta tendência foi contrariada no início de 2013 uma vez que as cheias fizeram subir os preços dos produtos alimentares, apesar de que a inflação deverá permanecer baixa em torno de 5-6 por cento a médio prazo.

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