"A Frente de Libertação de
Moçambique (Frelimo, no poder) deverá manter o controlo da Presidência e do
Parlamento por uma estreita margem, no seguimento de uma campanha muito
competitiva, controversa e violenta, a 15 de outubro", lê-se numa análise
das eleições. No relatório, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os
analistas escrevem que "apesar de as disputas pós-eleitorais e atos
isolados de violência política serem muito prováveis, o frágil processo de paz
deverá manter-se a longo prazo", alicerçado na exploração de gás natural.

Apesar da margem estreita que antecipam,
os analistas consideram que Filipe Nyusi deve conseguir evitar uma segunda
volta, "principalmente devido à manipulação do processo eleitoral por
parte do partido no poder". Esta manipulação, escrevem, "inclui
manipulação do processo de registo dos eleitores, canalização de recursos do
Estado para a campanha da Frelimo, e desvalorização da intimidação da oposição
e sociedade civil quer pelos apoiantes da Frelimo, quer pelas estruturas da
segurança do Estado".
A continuAção da Frelimo no poder
"garante a continuidade dos projetos de gás natural e sustenta a
reestruturação da dívida soberana, resultando numa recuperação económica
modesta e num novo programa do Fundo Monetário Internacional nos próximos três
anos, permitindo também um crescimento mais robusto a partir de 2023, quando a
produção de gás natural liquefeito deverá começar", acrescentam os
analistas da Eurasia.
Pelo contrário, se a Renamo vencer, "um
acontecimento improvável, é quase certo que haja uma revisão dos projetos de
gás, e os líderes da Renamo iriam declarar a dívida comercial como ilegítima,
causando incerteza e instabilidade, o que provavelmente levaria um período de
estagnação ou até declínio do crescimento da economia". Um total de 12,9
milhões de eleitores moçambicanos vão escolher, na terça-feira, dia 15, o
Presidente da República, dez assembleias provinciais e respetivos governadores,
bem como 250 deputados da Assembleia da República.
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