“Em
África, queremos penetrar mais no mercado sul-africano e também oferecermos a
Portugal o mercado sul-africano”, afirmou João Carlos Po Jorge, em declarações
à Lusa, à margem de um evento em Lisboa.Segundo o responsável, a companhia quer
ainda intensificar a frequência para Dar Al Salam (Tanzânia), Harare (Zimbabwé),
Lusaka (Zâmbia), Gaborone (Botsuana)”.
"Já
estamos a trabalhar com essas companhias [desses países] para, logo que o
mercado cresça, oferecermos, não só o mercado regional, mas também este mercado
que vem por Lisboa", reforçou.Para crescer em rotas e assegurar qualidade
de serviço, a empresa vai também investir em novos aviões.
"Estamos a
pensar adquirir novos aviões cofinanciados por leasing ou financiados por
bancos e pensamos que isso representa 100 a 120 milhões de dólares [de
investimento], em três anos, porque a frota é pequena ainda", adiantou o
diretor-geral da companhia aérea.O
objetivo agora, depois de o grupo ter atravessado uma situação financeira
difícil, é centrar a sua atividade no seu negócio principal e desinvestir
noutras áreas."A nossa intenção nos próximos anos é centrar a atividade no
nosso ‘core business’ [negócio principal], linha aérea, e desinvestir nalgumas
áreas que temos de hotéis, etc", exemplificou. João Carlos Po Jorge
admitiu, porém, que o grupo LAM quer ter também um posicionamento nos negócios
do ‘catering’ (refeições para os aviões) e do ‘handling’ (serviços de apoio aos
passageiros em terra). "O
grupo LAM tem neste momento cerca de 14 empresas participadas. Já estamos a
sair de quatro ou cinco e as outras é uma questão de tempo para sair",
acrescentou o gestor.
Quanto
à situação financeira da empresa, o diretor da empresa disse que a LAM chegará,
no final deste ano, ao ponto de equilíbrio. "Pensamos que até ao fim deste
ano atingiremos o ‘breakeaven’ [nem lucros nem prejuízo], mas temos perdas
acumuladas". O desinvestimento planeado, que permitirá arrecadar cerca de
14 a 16 milhões de dólares (12,6 a 14,3 milhões de euros), pode ajudar a
compensar algumas das perdas, "mas não cobre de maneira nenhuma o
investimento", admitiu. Porém, João Carlos Po Jorge disse que não haverá
“reduções drásticas" no quadro de pessoal do grupo. "Estamos a ver se
conseguimos realocar algumas pessoas, ou dentro da organização, ou noutras
participadas. Mas achamos que já não vamos ter o excedente que iríamos ter. Por
isso, não vamos ter reduções drásticas de pessoal", assegurou.
Neste
momento, a empresa tem em curso um plano de reestruturação e a companhia,
impedida de operar no espaço aéreo europeu, por razões se segurança, já
anunciou, precisamente este mês, o regresso à Europa, com um voo para Lisboa. O
Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, defendeu, em 2017, que o país precisa de
dar mais espaço para o setor privado nos transportes aéreos e terrestre de
passageiros. O antigo presidente da LAM José Viegas foi acusado de corrupção,
no âmbito de uma investigação a factos relacionados com pagamentos indevidos
por parte da fabricante brasileira Embraer a favor de alguns gestores da LAM e
altos funcionários do Estado moçambicano, na compra e venda de duas aeronaves
Embraer 190, entre os anos de 2008 e 2009.
A
justiça moçambicana decidiu investigar o caso após surgirem notícias referindo
que os três arguidos naquele processo terão recebido 800 mil dólares (670 mil
euros) como contrapartida pela compra pela LAM de duas aeronaves à fabricante
brasileira Embraer.
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