Os Houston Rockets, uma das
principais equipas da NBA, estão perante um boicote total por parte da China.
Com base na hostilidade entre Hong Kong e a China, um dos conflitos
geopolíticos mais complexos do globo, com escalada de violência nos últimos meses, Daryl Morey,
director-geral dos Rockets, deu uma opinião pessoal sobre o assunto e fez um tweet
escrevendo “lute pela liberdade, apoie Hong Kong”.
A Associação Chinesa de
Basquetebol (ACB) já anunciou a suspensão da histórica parceria com a equipa
texana de basquetebol, numa acção com simbolismo idelével: o presidente da ACB é nada mais nada menos do que Yao Ming,
o melhor basquetebolista chinês de sempre e lenda dos… Houston Rockets.
Foi,
aliás, através desta parceria que Yao se tornou uma “marca”. E foi também no
pós-Yao que a China se consolidou o segundo maior mercado da NBA, a seguir aos
Estados Unidos.
A Tencent, principal
empresa de comunicação da China, já anunciou, também, o boicote aos Rockets e a
suspensão de transmissão dos jogos da equipa, de longe a mais seguida pelos fãs
chineses. Também outros patrocinadores, como bancos ou marcas desportivas,
suspenderam o apoio à equipa.
O veto está, para já,
dependente daquilo a que os chineses chamaram “uma explicação razoável” por
parte de Morey, que já pediu desculpa pelo tweet – prontamente
apagado –, garantiu que não queria ofender ninguém e reiterou que as suas
publicações nas redes sociais manifestam opiniões pessoais e não veiculam os
Houston Rockets. Nada feito, todavia. Pelo menos para já.
Apesar de dizer que tem o
melhor director-geral da NBA, o dono dos Houston Rockets já deu um “puxão de
orelhas” público a Daryl Morey, dizendo que o dirigente “não fala pelos Rockets
(…), que não são uma organização política, apenas joga basquetebol”. Menos
meigo foi Mike Bass, chefe de comunicações da NBA, que criticou a postura de
Morey: “Reconhecemos que as opiniões expressas pelo responsável dos Houston
Rockets, Daryl Morey, ofenderam profundamente muitos dos nossos amigos e fãs na
China, o que é lamentável”.
Em suma: um veto chinês,
relações comerciais comprometidas, altos investimentos desportivos em risco,
“raspanete suave” do patrão e “raspanete duro” da organização da NBA. Um tweet
sobre geopolítica nunca é apenas um tweet sobre geopolítica, muito menos
se envolver duas das maiores potências mundiais. E menos ainda se envolver
personalidades com poder em áreas importantes como o desporto.
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