Para quem achou
longa a espera pela comemoração alemã no Maracanã, o técnico da equipe campeã
do mundo, Joachim Löw, manda um recado: o título conquistado neste domingo,
disse ele, não é o resultado de 120 minutos medindo forças com a Argentina, mas
sim de uma década de muito trabalho e organização. Ao comentar o projeto de
longo prazo que tirou a seleção alemã da crise e a reconduziu ao topo, o
técnico valorizou o trabalho de base realizado a partir de 2004, quando a
federação local investiu pesado na formação de novos craques. ”Iniciamos esse
projeto há mais de dez anos e este é o resultado final de muito trabalho, de
uma evolução constante, do desenvolvimento de uma seleção cada vez melhor”,
lembrou. O título custou a chegar, e a Alemanha tropeçou em várias competições
importantes, batendo na trave em dois Mundiais e dois Campeonatos Europeus..
“Mas continuamos acreditando e trabalhando de forma árdua, e se existe uma
equipa no mundo que merece a taça é este, com jogadores com Lahm,
Schweinsteiger e Klose”, disse o alemão, citando os grandes símbolos de sua
equipe, remanescentes das campanhas de 2006 e 2010.
“Ao longo deste
Mundial , fomos a melhor seleção. Mas isso não se resume ao mês que passamos
aqui no Brasil. Foram muitos anos de muito trabalho no caminho. Temos muito
orgulho de sermos a primeira equipa da Europa a vencer um Mundial na América do
Sul, no Brasil, no país do futebol.” E Löw promete mais nos próximos anos:
“Temos muitos jogadores excelentes, e ainda muito jovens. O Toni Kroos tem 23
anos de idade!”, lembrou, citando um dos melhores atletas de sua seleção no
Mundial. Além do volante, a tetracampeã deverá levar à Rússia-2018 nomes como
Thomas Müller (24 anos), Mario Götze (22), Julian Draxler (20), Christoph
Kramer (23), Andre Schürrle (23), Matthias Ginter (20), Erik Durm (22) e
Shkodran Mustafi (22), todos integrantes da delegação que triunfou no Brasil.
Joachim Löw disse ainda que os clubes alemães também têm uma grande parcela de
responsabilidade pelo salto de desempenho da equipe nacional. Com uma das ligas
mais competitivas e organizadas do planeta, a Alemanha se beneficiou do bom
futebol praticado pelas equipes locais.
“É claro que a
Bundesliga tem enorme influência sobre a seleção, já que forma e treina cada
vez mais jovens de qualidade. Muitos técnicos têm educado bem nossos jovens
valores. Em 2004, estávamos no ponto mais baixo da história do nosso futebol.
Resolvemos que era a hora de mudar e passamos a investir cada vez mais na
preparação dos novos jogadores. Era preciso formar melhores atletas, dando
ênfase à qualidade técnica. Conseguimos criar centros de desempenho e excelência
onde esses frutos foram começando a surgir. O título conquistado aqui no Rio é
resultado directo do excelente trabalho de educação e formação feito na
Alemanha nos últimos anos”, resumiu o treinador, que está há doze anos na
seleção (dois como auxiliar de Jürgen Klinsmann, dez como técnico) e rejeitou
as comparações com clubes como o Bayern de Guardiola e a Espanha campeã
europeia e mundial. “Acho que estamos desenvolvendo nosso próprio estilo de
jogo, em que temos trabalhado há muitos anos, indepentemente do que outras
equipes fazem. Não queremos nos adapatar ao estilo delas, queremos jogar da
nossa maneira.”
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