sexta-feira, julho 18, 2014

"Moçambique está na moda, é o País com quem se quer falar'

IMG_8551A comunidade moçambicana em Portugal considera que a paz e a segurança são dois pilares sem os quais 'não é possível alavancar o desenvolvimento, o progresso social e o bem-estar do povo'.Em mensagens de saudação ao Presidente moçambicano, Armando Guebuza, que acaba de terminar uma visita de Estado de três dias a Portugal, a comunidade moçambicana exprime sua preocupação pelos acontecimentos que têm ocorrido no centro do país, particularmente no distrito da Gorongosa, provincia central de Sofala, e que tem resultado em morte de civis e militares e na destruição de bens públicos e privados, numa referência aos ataques dos homens armados da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique.'Estamos convictos de que o diálogo e a negociação deve ser a via privilegiada para a resolução pacífica do diferendo que opõe o Governo e a Renamo', diz a mensagem da comunidade moçambicana radicada em Portugal apresentada esta terça-feira, em Lisboa, no encontro com o Presidente Armando Guebuza.
IMG_8773Armando Guebuza reuniu-se com a diáspora para dar a conhecer os resultados da visita a Portugal e ouvir as múltiplas preocupações que a comunidade moçambicana enfrenta no seu quotidiano nas terras lusas.
A mesma preocupação também vem espelhada na mensagem da Associação de Estudantes Moçambicanos em Portugal, na qual os estudantes sublinham que têm recebido com muita preocupação, informação sobre a tensão politico-militar que se vive no centro do país, 'pois a mesma constitui um retrocesso à consolidação dos ganhos que o país acumulou ao longo dos últimos anos'. 'Esta situação poderá retrair os investimentos tanto internos, como estrangeiros, atraidos pelo ambiente de estabilidade política e de negócios que de forma exemplar Moçambique representou nos últimos 20 anos. Apelamos por isso que não poupem esforços na manutenção da Paz e da Unidade Nacional, tendo em vista a consolidação do progresso e crescimento da nossa bela nação', refere a mensagem.
IMG_8728Em Lisboa, tanto o Chefe de Estado português, Aníbal Cavaco Silva, como o Governo de coligação PSD/CDS-PP chefiado por Pedro Passos Coelho, condenaram o uso de armas por parte da Renamo para fins políticos. É nesse contexto que se enquadra a reacção do vice Primeiro-ministro português, Paulo Portas, quando diz que a palavra ou seja diálogo e o voto são as únicas armas aceitáveis em democracia, para além de serem o que mais interessa aos moçambicanos, bem como a consolidação da paz.
IMG_8408Paulo Portas falava num jantar por ocasião da visita presidencial, oferecido pelo Grupo Impresa, dono do jornal 'Espresso', revista 'Visão', os canais de Televisão SIC, entre outras publicações, condenando assim os ataques da Renamo.Na ocasião, Portas, líder do CDS-PP, avançou que 'é preciso compreender que a palavra e o voto são as únicas armas usadas em democracia cujo recurso deve respeitar as leis democráticas vigentes no país'.Com estas reacções a Renamo vai ficando cada vez mais isolada, segundo sublinham alguns académicos em Portugal.Nas duas mensagens, a comunidade moçambicana em Portugal enaltece igualmente os esforços empreendidos pelo povo moçambicano na luta contra a pobreza, na manutenção da unidade nacional, bem como nos feitos do Governo, principalmente nos últimos dez anos de liderança de Armando Guebuza. 'São visíveis as profundas transformações que o nosso belo país, ao longo dos últimos 10 anos sofreu, a nível do desenvolvimento social e económico. Hoje, Moçambique está na moda, é o País de que se fala e com quem se quer falar', referem as missivas.Enaltecemos as visitas abertas (Presidências Abertas) que tanto permitiram conhecer “in loco” a vida das populações, os seus anseios, seus sucessos, bem como acompanhar o pulsar do desenvolvimento do país no seu todo. Essas visitas tiveram ainda o condão de conferir a merecida dignidade às populações e reafirmar a soberania do Estado moçambicano.
IMG_8303Foi através dessa metodologia de trabalho, inserida 'na Vossa estratégia de governação, o empenho de Vosso magnífico Governo e o trabalho árduo dos moçambicanos no geral que, determinou que o País conhecesse o actual estágio sócioeconómico, do qual pudemos destacar o incremento de infraestruturas como hospitais, pontes, instituições de ensino, alargamento da rede de energia eléctrica, empreendimentos turísticos, intensa actividade empresarial e o desejado aumento do nível de desenvolvimento humano, constituindo estes factos, a alavanca necessária para o desenvolvimento de Moçambique'.São destacados nas mensagens a reversão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa para Moçambique (HCB), referenciada como um 'marco histórico no exercício da nossa soberania'; o impacto da atribuição do Fundo de Desenvolvimento do Distrito, vulgo 7 milhões de Meticais, que galvanizaram o desenvolvimento dos distritos na produção de alimentos e geração de emprego; a intensa actividade em torno da construção da Circular de Maputo e os tantos edifícios na grande capital, Maputo, descrita como o corolário do pulsar da 'nossa economia'.

IMG_7964IMG_8264Também é referenciada a expansão do mercado de emprego desde o Sul ao Norte de Moçambique, decorrente dos grandes investimentos em todo o país que impulsionam a eliminação das diferenças de desenvolvimento entre os dois pólos.'O equilíbrio do género nos diversos postos de governação. Hoje, é um facto que a mulher moçambicana está mais valorizada; a passada presidência da SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) e a actual da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) revelam o quão Moçambique está sempre empenhado em dar o seu contributo nas Organizações Internacionais com vista ao desenvolvimento nacional e regional', avançam as mensagens.Gostaríamos também de enaltecer os esforços que o Governo moçambicano tem vindo a empreender para que no dia 15 de Outubro de 2014 todos os moçambicanos na diáspora possam cumprir o seu direito de voto nas eleições gerais (legislativas, presidenciais e das Assembleias Provinciais). Respondendo aos apelos para a necessidade de se por cobro a tensão político-militar, Armando Guebuza lamentou o facto de alguns moçambicanos não concordarem com o desejo da maioria que quer ver consolidada a democracia por via das eleições.Depois de recordar a tragédia provocada pela sangrenta guerra dos 16 anos (terminada em 1992 com a assinatura do Acordo Geral de Paz de Roma, a capital italia) e que provocou mais de um milhão de mortes, milhares de refugiados nos países vizinhos e deslocados internos, o Presidente moçambicano reafirmou a necessidade do diálogo social para vencer as diferenças. Armando Guebuza chefiou a delegação do Governo às negociações com a Renamo, em Roma. 'Continuaremos a trabalhar para garantir a unidade dos moçambicanos, a paz e a segurança', referiu o Chefe de Estado, demonstrando mais uma vez a sua humildade.

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