A alegada corrupção de que se fala no futebol moçambicano está a agitar os jogos do campeonato nacional, Moçambola-2011, envolvendo os clubes do topo da tabela classificativa com os organismos reguladores da prova. O Maxaquene, treinado por Arnaldo Salvado e segundo classificado, e a Liga Muçulmana, campeã em título e líder do campeonato nacional em curso, são os principais protagonistas, tanto na luta pelo título, como no que tange à assuntos de corrupção no desporto-rei.Neste final de semana, os dois clubes irão defrontar-se na 17ª jornada de Moçambola, jogo que pode significar mudanças na liderança da prova, já que os dois clubes estão separados por apenas dois pontos, com os “muçulmanos” na liderança. Já há movimentação com vista a evitar que o resultado do jogo seja viciado.A direcção da Liga Muçulmana emitiu duas cartas separadas dirigidas à Liga Moçambicana de Futebol e à Comissão Nacional de Árbitros de Futebol (CNAF), manifestando a sua preocupação face à possibilidade de o resultado do referido jogo vir a ser viciado.À CNAF, a Liga Muçulmana, escreveu para exigir que “a equipa de arbitragem para o mencionado jogo seja sorteada entre um conjunto de cinco equipas previamente determinadas” e que tal sorteio ocorra “logo após a reunião técnica do desafio em questão e na presença dos representantes dos dois clubes”.O clube campeão nacional e que está na liderança do campeonato alega que, a acontecer, isso vai “permitir que os clubes não conheçam, com muita antecedência, a equipa de arbitragem”.O presidente da CNAF, Venildo Mussane, ao reagir a este pedido da Liga Muçulmana, que pretende contrariar o modus operandi normal da arbitragem em que para todos os jogos, os árbitros são nomeados e não sorteados disse disse que “ainda não analisamos o expediente da Liga Muçulmana, mas não vejo como satisfazer este pedido”. Alegou que no início do campeonato, a CNAF sugeriu que a escolha de árbitros para todas as partidas fosse por sorteio, “mas a Federação Moçambicana de Futebol e a Liga Moçambicana de Futebol recusaram”.Agora diz que o pedido vindo da Liga Muçulmana será analisado e deliberado, mas duvida que a deliberação seja favorável.Na carta dirigida à Liga Moçambicana de Futebol, o clube dirigido por Rafik Sidat (irmão de Faizal Sidat, presidente da Federação Moçambicana de Futebol) pede, entretanto, que a “Liga” garanta que os dirigentes do Maxaquene andem longe dos árbitros escolhidos para o jogo.“Julgamos ser essencial que se tomem medidas no sentido de impedir que os dirigentes do Maxaquene tenham acesso ao balneário dos árbitros durante o intervalo do jogo”, apela a Liga Muçulmana em carta dirigida ao organismo regulador do Campeonato Nacional de Futebol.Entre outros apelos dirigidos à Liga Moçambicana de Futebol, o clube campeão nacional em título apela que seja reforçado o efectivo policial no campo do jogo e apela ainda para presença massiva da Polícia de Intervenção Rápida.A Liga Muçulmana justifica os redobrados apelos imaginando que “muitos adeptos do Maxaquene” possam estar “inflamados pelo discurso belicista dos dirigentes do respectivo clube e possam entrar com objectos perigosos para arremessá-los ao recinto do jogo”.Contactado pela comunicação social para reagir a estes pedidos da Liga Muçulmana, o presidente da Liga Moçambicana de Futebol, Alberto Simango Júnior, recusou-se a comentar, sem indicar porque assim procedia.Neste momento, um processo de alegada corrupção no futebol, levantado pelo treinador do Maxaquene, Arnaldo Salvado, corre seus trâmites na Procuradoria da República e sabe o Canalmoz que há dirigentes federativos que já foram chamados a depor.O facto da Liga Muçulmana pertencer à família Sidat, a mesma do presidente da Federação Moçambicana de Futebol, Faizal Sidat, faz com que a pujança desportiva deste clube seja posta em causa.(Borges Nhamirre)
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