É
possivelmente uma das assintomáticas mais conhecidas da história moderna.
Trazia alojada no corpo a bactéria da febre tifoide e não sabia. Isso
transformou-lhe o nome: nasceu Mary Mallon mas seria como Typhoid Mary que a
iriam reconhecer para o resto da vida e para lá da morte. Trabalhou como
cozinheira para algumas das famílias mais ricas de Nova Iorque. Foi internada
contra vontade, afinal como poderia estar doente se parecia saudável?
Libertaram-na e depois voltaram a detê-la. Viveu em quarentena forçada 25 anos
e foi perseguida quase toda a vida. “O mundo não foi muito gentil com Mary”
Mary Mallon (23 de setembro de 1869, Cookstown, Condado
Tír Eoghain (Tyrone, em inglês), Irlanda do Norte – 11 de novembro de 1938,
Nova Iorque), também conhecida como Maria Tifoide, pelo fato de mesmo estar
(praticamente) saudável, continuou transmitindo a doença.
Mary emigrou sozinha para os Estados Unidos em 1883.
Embora tenha contraído febre tifoide, seu caso foi de gravidade baixa. Seu
organismo conseguiu deter os efeitos nocivos da bactéria que causa a doença,
mas continuou capaz de transmitir a enfermidade a outras pessoas, ainda que
estivesse aparentemente saudável.
Como não detinha grandes qualificações profissionais,
trabalhou como empregada doméstica nas vizinhanças de Nova Iorque, exercendo a
função de cozinheira entre 1900 e 1907, período em que contaminou dezenas de
pessoas -- com um caso fatal, inclusive. Constatada sua situação, foi isolada
em um hospital pelas autoridades sanitárias, tendo sido liberada após 3 anos,
com a condição de que não voltasse a manipular alimentos. Entretanto, em 1915
voltou a cozinhar, reiniciando a difusão da doença. Por conta disso, Mary foi
confinada numa "quarentena" que durou o resto de sua vida. Faleceu
aos 69 anos, vítima de pneumonia. A autópsia revelou que ela continuava uma
potencial irradiadora da febre tifoide.
À época, a atitude do poder público e da sociedade face a
Mary foi tida por alguns indivíduos como uma manifestação do preconceito contra
os imigrantes, especialmente os irlandeses. No entanto, o desenrolar dos fatos
mostrou que ela era responsável por contaminar outras pessoas.
Desde então, "Maria Tifoide" (em inglês,
Typhoid Mary) é um termo usado para designar aquele(a) que, aparentemente
saudável, é capaz de transmitir doenças aos demais, especialmente quando se
recusa a fazer exames ou a tomar atitudes para minimizar o risco de propagação
de moléstias graves. Exemplo recente deste comportamento pode ser verificado na
propagação da AIDS.
"Maria Tifoide" é, também, o nome de uma
personagem da Marvel, criado em 1988.
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