Pelo menos 1.000 produtores abandonaram a
produção do algodão, cultura de rendimento produzida em grande escala no
distrito de Macossa, na província de Manica, centro de Moçambique. Os
produtores deixaram de cultivar o ouro branco na campanha agrícola 2019/20
devido a vários factores, particularmente sementes com fraco poder germinativo,
falta de assistência técnica e baixo preço do produto no mercado. A provisão de
sementes e assistência técnica era feita pela empresa fomentadora China Africa
Cotton que, durante muitos anos, trabalhou com os produtores de Macossa.
Entretanto, a empresa deixou de cooperar com os produtores nos últimos anos, o
que os levou a abandonar aquela cultura.
O director distrital dos Serviços
Distritais das Actividades Económicas de Macossa, Dionísio Rapeque, explicou
hoje que muitos produtores abandonaram a produção do algodão para abraçar o
gergelim, outra cultura de rendimento e mais lucrativa.
'Houve falta de entendimento entre as
partes. Refiro-me aos produtores e a empresa fomentadora. Várias vezes tivemos
que intervir para um entendimento. Aconteceu durante muitos anos. Desde a
campanha passada tudo parou', disse Rapeque.'Para o caso de gergelim está a
correr tudo bem porque o preço estabelecido tem sido de consenso. Os produtores
têm um mercado garantido e a um preço aceitável. Colhem, colocam no mercado e
trazem alguma renda familiar, bem como desenvolvem o distrito', acrescentou. Rapeque
disse ainda que os 1.000 produtores que abandonaram a produção do algodão fazem
parte de um grupo de 1.400 agricultores que trabalhavam no distrito de Macossa.
'Ficamos com 400 produtores que exploram
uma área estimada em 1.049 hectares. Desta, 997 foram semeadas. Apesar da
ausência de comprador o governo continuou a incentivar a produção do algodão,
embora com um número reduzido de produtores', disse.A fonte referiu que a
previsão aponta para uma colheita de 773,6 toneladas de algodão na presente
campanha.
Para além do algodão, Macossa possui um
elevado potencial para a produção de gergelim, mel e milho.Existem em todo o
distrito cerca de sete mil agricultores. Na presente campanha agrária,
espera-se uma produção estimada em 73 mil toneladas de culturas diversas.
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