Não está para breve a decisão em torno do processo aberto contra Samora
Machel Jr., em virtude de ter encabeçado a lista da AJUDEM, um movimento
cívico, cuja candidatura para as eleições autárquicas do ano passado, na cidade
de Maputo, foi chumbada pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
A “Carta” apurou que não foi estabelecido qualquer horizonte
temporal para que o órgão se pronuncie sobre o processo do filho do primeiro
presidente de Moçambique independente, Samora Machel.Aliás, soube, igualmente,
de fontes bem posicionadas, que a decisão não será tomada no decurso do
presente ano, devido às implicações que dela podem advir, mormente por se estar
em ano eleitoral. No sábado, segundo dia dos trabalhos da III Sessão Ordinária
do Comité Central, o Comité de Verificação, durante a apresentação do seu
relatório de actividades, pediu mais tempo, alegadamente, porque surgiram novos
elementos.O processo de que é alvo Samora Machel Jr., uma vez comprovada a
violação dos estatutos, pode culminar com a aplicação da punição mais gravosa,
no caso a perda da qualidade de membro do partido. O posicionamento assumido
pelo Comité Central, órgão decisório entre os congressos, tem por objectivo
permitir que Samora Machel Jr. seja ouvido pelos órgãos do partido.
Contrariamente ao que havia avançado o porta-voz do partido, Caifadine
Manasse, o caso Samora Machel Jr. foi mesmo objecto de debate durante a III
Sessão do Comité Central.
Depois da apresentação do relatório do Comité de Verificação do
Comité Central, Samora Machel Jr. foi convidado a apresentar explicações sobre
o sucedido aos restantes membros. As explicações foram solicitadas pelo
presidente do partido.Entretanto, antes de Samora Machel dirigir-se aos “seus
camaradas”, Graça Machel, esposa do seu falecido pai, tomou a palavra para
dizer que ele (Samora Jr.) não devia apresentar a sua defesa naquele fórum.

E porque os ânimos, na sala, estavam exaltados, coube a Joaquim
Chissano, antigo presidente do partido e da República, o papel de apaziguador
das partes em “conflito”.
O processo contra Samora Machel Jr. foi aberto na sequência da sua
candidatura à presidência do Conselho Autárquico da Cidade de Maputo, pela
AJUDEM.Na defesa ao processo aberto pelos órgãos do partido, Samora Machel Jr,
para além vincar que não violara as normas estatutárias, sugere a suspensão do
actual presidente do partido pela violação grosseira dos estatutos. Aliás,
defendeu, no documento a que “Carta” teve acesso em primeira mão, que Filipe
Nyusi não devia ser o único candidato a candidato da Frelimo nas eleições que
se avizinham. (Ilódio Bata)
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