
As
aspirações nucleares da Coreia do Norte datam da década de 60 e são
consistentes com o desejo do regime por autonomia política e militar frente à
oposição não só de seus inimigos tradicionais, como os Estados Unidos, Japão e
Coreia do Sul, mas também de aliados históricos, como China e Rússia.
Parte
da motivação da Coreia Do Norte resulta de uma avaliação sensata dos interesses
estratégicos do país. O que aconteceu na Líbia e no Iraque é um lembrete para
Pyongyang de que a única garantia de sua sobrevivência é a possessão de armas
de destruição em massa.
As
ambições em relação ao programa de testes de bombas e mísseis balísticos de Kim
Jong-un também são uma expressão da identidade política do regime. A
legitimidade de sua dinastia está atrelada à narrativa de defesa contra seu
arqui-inimigo, os Estados Unidos.
Para
os mais velhos, que se lembram da intervenção americana durante a guerra,
quando praticamente todas as cidades norte-coreanas foram reduzidas a cinzas
por bombardeios de Washington, essa narrativa permanece convincente e é
rotineiramente reforçada para a população em geral a partir da veiculação de
mensagens diárias pela mídia estatal. As
declarações públicas de Trump também vêm sendo úteis para Kim Jong-un,
permitindo ao líder norte-coreano fortalecer sua imagem de comandante-chefe e
protetor do país.
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