O antigo complexo agro-industrial, Têxtil de Mocuba, na província
central da Zambézia, será transformado num parque industrial em regime de zona
franca, no quadro de um grande projecto que levou o governo a estabelecer
também, naquela região, uma zona económica especial.Para o efeito, o Conselho
de Ministros, reunido hoje na sua 14ª sessão ordinária, aprovou dois decretos
sendo um que cria a Zona Franca Industrial de Mocuba, e outro que estabelece a
Zona Económica Especial de Mocuba.
O desafio, segundo o porta-voz do governo,
Alberto Nkutumula, é de garantir o aproveitamento integral das potencialidades
existentes na região.A criação destas zonas foi antecedida de um estudo com o
objectivo de fazer diagnóstico da actual situação da zona, mapear as principais
potencialidades, entre outras informações, tendo se chegado a conclusão de que
há condições para o efeito.“São áreas destinadas sobretudo a empreendimentos
orientados à produção de bens essencialmente destinados à exportação”, explicou
Nkutumula, vincando que pelo menos 70 por cento dos bens ali produzidos serão
para a exportação.Este complexo agro-industrial de Mocuba, segundo a fonte, tem
infra-estruturas como armazéns, fábricas, estação de captação e tratamento de
água, 115 casas para trabalhadores, entre outras infra-estruturas. Com a sua conversão em parque industrial prevê-se que sejam criados cerca de
dois mil novos postos de emprego.“Vai haver indústria de montagem de diversas
componentes de agro - processamento e têxtil, bem como outros serviços de
indústria alimentar”, explicou.Nkutumula disse que haverá uma maior
possibilidade de as pequenas e médias empresas se juntarem a esse grande
empreendimento para se dedicarem a produção de bens para a exportação.“Na área
de agro - processamento, por exemplo, os produtores de gergelim deverão vender
o produto às grandes indústrias que poderão processá-lo, ao invés de exportá-lo
em bruto, de forma a assegurar uma mais-valia para o país”, disse.Relativamente
a Zona Económica Especial, que ocupa uma área de 10.727 km2 e uma população de
mais de 360 mil habitantes, abrange os distritos de Mocuba, e o posto
administrativo de Munhamade, no distrito de Lugela. Nesta área, segundo as
pesquisas feitas, existem concessões florestais e mineira, bem como títulos de
aproveitamento de terra individuais e comunitários.“Em termos os de
potencialidades, temos recursos florestais e solos férteis, produção pesqueira
em água doce, condições para a prática de agricultura, havendo regadios com
potencialidade para a produção de arroz.
Há também condições para o gado bovino
e potencialidades turísticas, para o projecto do porto de Macuze que está numa
perspectiva muito avançada”, disse Nkutumulo. Pretende-se com a Zona Económica
Especial de Mocuba a atracção e fomento de investimento directo nacional e
estrangeiro, incremento da produção industrial diversificada e voltada para a
exportação e, em suma, promover o desenvolvimento económico. O antigo complexo
agro-industrial, Têxtil de Mocuba foi projectado na década de 80 pelo falecido
Presidente Samora Machel com o apoio técnico da então República Democrática
Alemã. A infraestrutura construída ocupa uma área equivalente a 15 campos de
futebol e nunca chegou a funcionar devido a guerra movida pela Renamo,
afectando a montagem de centenas de teares entretanto danificados pela chuva e
sol no porto de Quelimane (capital da provincia da Zambézia.)
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