O Parlamento
Juvenil promoveu um encontro entre os jovens e a embaixadora da Suécia, Ulla
Andrén, em que a diplomata transmitiu a experiência de governação e de
transparência no seu país. Os participantes no encontro, a maioria dos quais são
jovens, acusaram os governantes moçambicanos de serem resistentes à
transparência. Magalhães Mendes quis saber da embaixadora até que ponto a
governação democrática vai reduzir a corrupção e falta de transparência. “Os
governantes moçambicanos são resistentes à transparência. Como é que se pode
quebrar esta resistência, incluindo a corrupção?”, perguntou. Castigo Dias quis
saber: se a Suécia trabalha com 53 organizações da sociedade civil em
Moçambique, que avaliação faz destas organizações. Elisa Vasco falou das
exigências que a Suécia tem encontrado nas áreas de educação e de emprego para
jovens e na saúde. Quis saber: se a embaixadora, como jovem, visitou Moçambique
em 1980, que percepção tem da Organização da Juventude Moçambicana de hoje?
A embaixadora
da Suécia, Ulla Andrén, disse que, quanto à resistência dos governantes à
transparência, a sociedade deve ser activa e questionar o que está acontecer. “Há uma certa resistência e secretismo por parte de alguns funcionários
públicos. Penso que, pouco a pouco, esta situação está a melhorar”, afirmou,
acrescentando que no seu país há uma legislação de acesso à informação e
direito de resposta. “No sector público há corrupção, que é um obstáculo para o
desenvolvimento. Há uns dados assustadores. 63% dos moçambicanos entrevistados
disseram que tinham pago suborno à polícia. O Governo deve dar passos concretos
na erradicação da pobreza”, disse. A embaixadora da Suécia considera que o
desempenho das 53 organizações da sociedade civil é positivo. O problema é que
o país é grande e há muita coisa por fazer nas províncias. Quanto à OJM, Ulla
Andrén disse que o papel da OJM de 1980 é diferente do papel da OJM de hoje,
assim como o sistema político. “Tenho a impressão de que a OJM está mais
inclinada para apoiar o partido no poder, o que é muito perigoso. No país há
jovens que não pertencem a este partido. No meus país, os partidos têm os seus
jovens; e a juventude nacional aglutina todos os jovens, independentemente da
sua filiação partidária”, explicou. O presidente do Parlamento Juvenil, Salomão
Muchanga, anunciou que, entre Junho e Agosto, serão realizadas sessenta
palestras nos distritos. “Queremos fazer da juventude um poder. Este exercício
visa estimular. Temos que ter um jovem que monitora, participa e questiona”,
disse. (C. Saúte)
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