sexta-feira, agosto 27, 2010

General ainda manda

Bonifácio Gruveta Massamba, terá sido determinante no processo da queda, de David Mandevo Manhacha, primeiro secretário da Frelimo naquele ponto do país. Gruveta, antigo combatente, foi sempre visto como o “Governador de facto” na Zambézia e uma espécie “de ponta de lança”e protector político dos grandes interesses , a única réstia de manobra para se manter reconhecido pelos seus camaradas, já que o falecido Samora Machel não morria de amores pelos conterrâneos do general da reserva. Manhacha foi substituído interinamente pelo actual secretário para Mobilização e Propaganda da Frelimo naquela província, Rodolfo Uarela. É esta figura, natural da Zambézia, funcionário reformado da Empresa Electricidade de Moçambique, visivelmente cansado pela idade que deverá assegurar os destinos do partido até à realização de eleições previstas para Setembro. Mas a queda de Manhacha deveu-se a um ambiente mau que reinava no partido na Zambézia, aliado ao facto de o “camarada” ora destituído não se curvar perante uma certa elite política liderada por Bonifácio Gruveta. Por outro lado este não gozava de apoio dos zambezianos. Aliás, consta igualmente que a sua indicação em 2007 foi determinada por Luísa Diogo, membro da Comissão Política responsável pela província da Zambézia. Diogo e Manhacha são originários de Tete. No seio da Frelimo na Zambézia, Manhacha era também visto como uma personagem arrogante e um entrave para o desenvolvimento do partido. Apesar de possuir um eleitorado hostil a Frelimo, a formação política de Armando Guebuza venceu a eleição de 2009 na Zambézia e em todas as autarquias, resultados que não foram, porém, suficientes para manter Manhacha no cargo. Alguns frelimistas argumentam que com a chegada de Manhacha, a Frelimo virou um partido de intrigas, calunias, fofocas, tudo no espírito de dividir para reinar.

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