A crescente e imparável depreciação da moeda nacional, o Metical, face as principais moedas de troca mundial, particularmente o dólar americano e o rand sul africano obrigaram o Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique (BM) a reforçar os níveis de intervenção nos mercados interbancários. Na verdade, a depreciação do Metical está a trazer consigo efeitos verdadeiramente negativos para a economia nacional, cujas repercussões imediatas se fazem sentir fortemente na subida de quase todos os produtos de importação. No caso concreto, quase todos os produtos, a partir dos combustíveis até a alimentação estão a registar subidas consideradas insuportáveis ao bolso do cidadão. Aliás, recentemente, dados divulgados pelo Ministério da Energia indicaram claramente que a desvalorização do Metical estava a constituir um verdadeiro constrangimento para o processo compensatório do governo para as gasolineiras. É que, na verdade, desde o início do ano, o preço do barril do petróleo bruto ainda não registou uma variação significativa. Ora, se o Metical tivesse continuado estável, com os aumentos de preços efectuados em Março, Abril e Maio do corrente ano e os pagamentos das compensações feitos em Janeiro, Fevereiro e Março, “as gasolineiras teriam sido totalmente ressarcidas dos seus prejuízos tendo em conta a relativa estabilidade do barril”. Entretanto, o Metical face ao dólar derrapou de Janeiro ao presente momento, em cerca de 6 porcento, pois contra os anteriores 31 Mt, o câmbio actual indica cerca de 37 Meticais por cada unidade de dólar. Entretanto, num encontro recente que juntou governantes e o sector empresarial, o governador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove apontou a fraca produção como causa principal da actual derrapagem do Metical.O Comité de Política Monetária (CPMO), esteve reunido e decidiu avançar com intervenções a serem feitas nos mercados interbancários no sentido de conter a base monetária, tendo em vista os objectivos finais de inflação média anual de 9,5% e de Reservas Internacionais equivalentes a cerca de 5 meses de cobertura de importações de bens e serviços. Na verdade, economistas adiantam que é quase impossível, o país conseguir chegar a 31 de Dezembro com uma taxa de inflação a menos de um dígito, tendo em conta que os 3 últimos meses do ano são os mais complicados no que diz respeito à contenção dos preços. Entretanto, acredita o BM, as intervenções projectadas e em curso deverão ajudar a corrigir o actual cenário.
sábado, agosto 14, 2010
Aflição
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comments:
Enviar um comentário