No dia em que foi empossado no cargo de Chefe das Forças Armadas guineenses, António Indjai recebeu das mãos do Presidente Malam Bacai Sanhá a patente de tenente-general, ou seja, primeiro foi promovido e depois foi conferido posse. Indjai não falou à imprensa. Quem falou foi o Presidente Malam Bacai Sanhá. O Presidente guineense, como que respondendo às dúvidas e críticas da comunidade internacional, disse que a nomeação de Antonio Indjai “É um acto de soberania e que foi tomada dentro dos parâmetros previstos nas leis da Guiné-Bissau”.A ONU, através da sua comissão pela consolidação da paz na Guiné-Bissau, considerou que a nomeação de Antonio Indjai demonstra que o governo de Bissau não tem independência para decidir no que diz respeito aos assuntos militares. As dúvidas da ONU juntam-se às críticas da União Europeia e dos Estados Unidos da América que condicionaram os apoios ao processo de reforma nas Forças Armadas, caso Indjai fosse nomeado.
Antonio Indjai liderou a revolta militar de 01 de Abril que levou à detenção e afastamento do ex CEMGFA, José Zamora Induta, (a autoridade guineense que mais domina a informação militar e civil no país) actualmente preso em Mansoa. Indjai foi adjunto do falecido general Baptista Tagme Na Waie quem dirigiu os militares revoltados que retalharam até morte do seu antigo chefe o então presidente Nino Vieira, na sua residência. Indjai era o comandante do batalhão de Mansoa, situado a cerca de 60 KM da zona norte de Bissau (com maior numero de efectivos). Na Guine-Bissau o mais poderoso entre os militares é a figura militar que comanda o batalhão de Mansoa. Enquanto Vice do CEMGFA ajudou o Almirante Bubo Na Tchuto a regressar ao país no sentido de se materializar um assalto militar que terá falhado. O Almirante qualificado pela imprensa internacional como o «Almirante da Coca», entrou com ajuda de uma canoa, foi a sua casa vestir a farda e dirigiu-se ao estado maior da marinha. Tinha como objectivo primário destruir ou queimar o paiol de armas próximo a base aérea de Bissalanca, que é o maior no país. Desistiu do plano, na sequência de sugestões segundo a qual, ao invés de prosseguir com a acção deveria reclamar de volta, junto as autoridades, o seu cargo de chefe de estado da marinha. Em reacção, as autoridades na pessoa de Zamora Induta e de Carlos Gomes Júnior decidiram prende-lo provocando a sua fuga para a sede das Nações Unidas enquanto que cerca de sete elementos que consigo estavam foram presos e interrogados. Nesse entretanto o major general António Indjai havia sido despachado para Cuba em tratamento médico . Não havendo ligação directa de Bissau para Havana, na manhã seguinte, surpreendeu as pessoas ao aparecer a chefiar movimentações militares prendendo o Primeiro Ministro, Carlos Gomes Júnior (solto uma hora depois) e libertando da sede da ONU em Bissau o antigo chefe da Armada, José Américo Bubo Na Tchuto que de seguida foi ao Estado Maior da Marinha. António Indjai ameaça matar o primeiro Ministro em resposta a manifestação da população que saiu a rua em solidariedade deste. Horas depois veio pedir desculpas a população da Guiné-Bissau.
(Foto1-A.Indjai;2-C.G.Júnior;3-J.A-Bubo Na Tchuto;4-Z.Induta)
(Foto1-A.Indjai;2-C.G.Júnior;3-J.A-Bubo Na Tchuto;4-Z.Induta)
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