2010 tem sido um ano muito acidentado para África, e não é apenas por ser a primeira vez que o continente recebe o Mundial de Futebol. Durante este ano, esperam-se eleições presidenciais em seis países francófonos e 17 países celebram 50 anos de independência: 14 são antigas colónias francesas, dois foram dominados pelos ingleses e um era colónia belga, a República Democrática do Congo, RDC. Mas as celebrações de 30 de junho tomaram um rumo incerto à medida que o assassinato do activista de direitos humanos Floribert Chebeya, 47 anos, levanta sérias preocupações. Líder da organização de direitos humanos La Voie des Sans Voix (A Voz dos Sem Voz), Chebeya foi encontrado morto no dia 2 de Junho em circunstâncias misteriosas. De acordo com a Amnistia Internacional, no dia 1 de Junho pediram a Chebeya que visitasse o Inspector Geral da Polícia do Congo, General John Numbi. Chebeya mandou uma mensagem para sua esposa dizendo estar na esquadra da polícia a espera do chefe. Horas depois, mandou outra mensagem, que seria sua última, dizendo que teria de passar rapidamente pela universidade antes de ir para casa. No dia seguinte, pedestres viram o seu corpo no banco de trás do seu carro num subúrbio de Kinshasaa. Algumas das suas roupas foram levadas e havia vestígios de cabelo de mulher e preservativos usados encontrados no carro. O seu motorista desaparecera e não havia sinais de ferimentos visíveis ou buracos de bala, apesar de haver sangue na parte interna dos seus orifícios.Nas passadas 3 semanas, a morte de Chebeya catalisou a denúncia da situação interna no Congo. A investigação do assassinato intensificou as constantes denúncias de mortes, estupros e outras violações de direitos humanos, a maior parte motivada pelo conflito sobre a riqueza mineral do país, que também ocorre em outros países africanos de língua oficial francesa. A família de Chebeya quis realizar o funeral no dia 30 de Junho de 2010 em sinal de protesto, mas por motivos de pressão governamental e diplomática, a família concordou em alterar a data para 26 de junho. Activista pelos direitos humanos desde o início dos anos 90, Chebeya foi homenageado por organizações internacionais e exibido em protestos pelo mundo fora. A 8 de junho, uma carta aberta assinada por mais de 50 organizações internacionais foi dirigida ao Presidente Joseph Kabila, pressionando-o e à sua administração a lançar uma investigação independente do assassinato de Chebeya. A diáspora congolesa em Bruxelas organizou uma manifestação em frente da Embaixada da RDC.
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