A tomada triunfal do poder pelos partidos libertadores foi caracterizada
por ambiciosas promessas desenvolvimentistas, com iniciativas de
empreendedorismo estatal para acabar com o legado colonial de
subdesenvolvimento. Nos primeiros anos de independência foi notório o esforço dos novos
governos para estabelecer
empreendimentos fabris ou industriais de
vários tipos para uma rápida modernização da economia, o
que criou expectativas de melhorias de condições de vida que serviram de força
mobilizadora das massas para aderir ao projecto nacionalista e legitimar os
novos governos (Ajayi, 1982; Young, 2004). Nkrumah, um dos grandes líderes visionários
e nacionalistas da época, é citado a prometer tornar Gana um paraíso em dez
anos a seguir à independência (Young, 2004). O sonho de melhoria de condições
dos seus povos foi mais forte nos países que abraçaram a doutrina socialista,
que viam na modernização das suas economias o propulsor do desenvolvimento.
Com o tempo, estas expectativas e este optimismo dos planos de
desenvolvimento tornaram-se uma desilusão.
Uma das razões
do falhanço do
projecto progressista, na
perspectiva de Ajayi (1982), é que a nova liderança dos
Estados independentes tinha uma ideia muito clara sobre o que queriam eliminar, nomeadamente o
jugo imperialista, a discriminação e exploração do homem pelo homem, mas
faltava uma ideia sobre o tipo de sociedade a criar. Tinham apenas uma ideia bastante vaga de uma
sociedade baseada nos conceitos de europeização e modernização.
A década de 1980 constituiu o ponto mais alto da crise dos libertadores com
o fracasso do empreendedorismo agrícola
e industrial do
Estado, o que
levou à escassez
de produtos alimentares e à fome. Certamente que factores
externos contribuíram para este fracasso, como a cessação do compromisso de
apoio a África pelo regime soviético (Young, 2004). Portanto, tal como no período colonial, os novos Estados
continuam dependentes do Ocidente industrializado até hoje (Ajayi, 1982).Na profundidade click na coluna da direita em «PELE NEGRA E MÁSCARA BRANCA».
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