A
violência contra muçulmanos na Nigéria não dá tempo nem para cicatrizar
feridas. Três anos atrás, militares atacaram a comunidade xiita com extrema
violenta. Os soldados incendiaram a casa do sheik Ibrahim Zakzaky, o
sequestraram e aprisionaram. Além disso,
assassinaram milhares de fiéis, incluídos os quatro filhos de Zarzaky, além de
destruir mesquitas e cemitérios. Agora, não bastasse os males infligidos pelos
ataques terroristas do Boko Haram, os xiitas foram novamente vítimas do
exército nigeriano. Militares dispararam em direção a fiéis desarmados que
celebravam o Arbain, tradição xiita, luto dos 40 dias da morte do imã Hussain.
O Airbain tem como símbolo uma marcha até a cidade de Carbala, no Iraque, mas é
comemorado em diferentes partes do mundo.
Os
muçulmanos representam 60% da população da Nigéria. Durante as procissões ou
atos do Arbain, os nigerianos na capital Abuja e na vizinha Nassaraua
protestaram contra a crescente opressão do governo contra a comunidade.
As
forças de segurança dispararam em direção aos manifestantes. Segundo a Anistia
Internacional, os ataques deixaram um saldo de 45 mortos e dezenas de feridos
em estado grave.
Para
se justificar, o comando do exército publicou no Twitter um vídeo no qual o
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirma que qualquer imigrante que
jogar uma pedra, entre aqueles da marcha de centro-americanos rumo ao país,
será considerado armado. É uma tentativa frágil de justificar a ação
criminosa.
Segundo
o porta-voz do movimento islâmico da
Nigéria, Abdulaho Musa, quanto mais muçulmanos forem mortos, mais sairão às
ruas.
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