As três companhias de telefonia móvel que operam em Moçambique decidiram
bloquear, a partir do dia 28 do corrente mês, os Módulos de Identificação do
Subscritor (cartão SIM) dos clientes que não registarem até a data
estabelecida.A decisão avançada hoje, durante uma conferência de imprensa
conjunta entre as companhias (Mcel, Vodacom e Movitel), surge três meses depois
de ser aprovado o decreto, de carácter imediato, que preve a sanção das
empresas em caso de incumprimento das metas estabelecidas de registo de cartões
SIM.O decreto estabelece multas monetárias, no valor máximo de seis milhões de
meticais (o equivalente a 135.348 dólares ao câmbio corrente), às companhias
que não fizerem o registo do cartão SIM até 100 mil subescritores, no período
em alusão. Enquanto àquela que tiver registos irregulares tem uma pena de cerca
de quatro milhões.
Por outro lado, o decreto avança que as empresas que omitirem
informação sobre o registo dos subescritores terão uma pena de três milhões de
meticais (cerca de 67.674 dólares, ao câmbio corrente), mas àquelas que
impedirem a monitoria da fiscalização das empresas poderão ter multas até dois
milhões de meticais.Após a aprovação do decreto, as três companhias iam
mantendo encontros, visando alcançar um objectivo único.Três meses depois,
estas convocaram a imprensa para informar que “os clientes já activos e não
registados serão progressivamente bloqueados até que registem os seus cartões
SIM. Os cartões SIM novos serão activos, apenas quando totalmente registados”,
disse Hermínia Fernandes, porta-voz do encontro.Fernandes afirmou que o grau de
registo tem evoluído, porém reconhece que ainda há mais clientes por registar.
Por isso, apela aos clientes a registarem os seus cartões.“O incumprimento do
disposto na lei, por parte dos clientes, poderá ter como consequência ser-lhes
limitado o acesso aos serviços de telefonia móvel”, disse.Tendo em conta que se
trata de uma acção conjunta entre as três operadoras, a Porta-voz acredita que
os clientes que não se registarem até a data estabelecida sentir-se-ão
obrigados a procurar as lojas e procederem ao registo, no lugar de ficarem
incontactáveis.Segundo o Director de Serviços Postais do Instituto Nacional de
Comunicação (INC), Massingue Apale, os níveis de registo estão em 67 por cento,
numa cifra de 19 milhões de clientes.“Em Fevereiro, quando o Ministro dos
Transportes e Comunicações (Carlos Mesquita) se pronunciou em relação ao
registo dos cartões, tínhamos alcançado 43 por cento e até Outubro conseguimos
67 por cento. Estamos num bom ritmo”, disse Apale.Segundo dados avançados
durante a conferência de imprensa, a Mcel registou três milhões de clientes,
faltando mais três milhões. Enquanto isso, a Vodacom registou 2 milhões de
clientes, num universo de 5 milhões. Por outro lado, a Movitel atingiu o
registo de 70 por cento de clientes num universo de 5 milhões.A obrigação de
registo dos números de celulares iniciou em 2010, quando o Governo anunciou um
prazo de 60 dias, contados a partir de Setembro, para os cidadãos registarem os
seus cartões sob o risco de vê-los bloqueados.A medida de carácter obrigatório
visava servir de ferramenta útil na investigação de actos criminais. Esta
medida teria surgido depois das manifestações populares que abalaram, em 2010,
as cidades de Maputo, Matola e Chimoio tendo provocado a morte de 13 pessoas e
o ferimento de outras mais de 150.Na altura, os manifestantes tinham sido
mobilizados por mensagens anónimas enviadas de celular em celular, tendo
atingido um número considerável de pessoas.Contudo, até aos dias que correm
ainda não se fala de um registo completo e satisfatório, visto que vezes sem
conta novos prazos para o registo de cartões foram estabelecidos.
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