quarta-feira, novembro 25, 2015

Chavena sem chá

Produção de chá pode ter dias contados, dizem. Queixam-se de rendimentos insuficientes e da má condição das estradas e pedem ajuda ao Governo para que se mantenha a tradição da produção de chá nesta região de Moçambique.
Resultado de imagem para cha gurueGurué é uma região de chá. É aqui que se encontram as maiores plantações de chá de Moçambique. No entanto, os produtores dizem que o negócio está comprometido: falta energia eléctrica nas fábricas de processamento de chá e há péssimas vias de acesso para escoar o produto.“Estamos um pouco apreensivos”, diy Amed Aly, da empresa Chazeira de Moçambique. “Como nós exportamos, a desvalorização do metical está a ajudar-nos a manter estas empresas, embora com deficiência”, explica Aly, acrescentando que “não faz sentido o chá ter que pagar IVA, porque isso traz uma série de desvantagens”.

Resultado de imagem para cha gurue“Os nossos rendimentos são bastante baixos. O nosso método de trabalho está ultrapassado, trabalhamos áreas que já sofreram, o que significa que a densidade inicial diminuiu bastante”, conclui.Em resumo, o chá está a perder qualidade e os rendimentos das empresas são baixos. O chá produzido em Gurué está a ser menos consumido no país. Muitos moçambicanos preferem comprar o chá importado da África do Sul, que fica mais barato em relação ao chá nacional, principalmente o de Gurué.Os produtores culpam o Governo moçambicano. Segundo eles, os governantes parecem ter pouco interesse em tornar esta cultura rentável.“Gostaríamos de ver qual é a possibilidade de o Governo apoiar os produtores nestas áreas de re-plantio, de aumento das áreas de produção e a substituição das próprias áreas que estamos a explorar, neste momento. Foram concedidas há 40 ou 50 anos”, explica Amed Aly. “Mesmo a própria tecnologia já está ultrapassada e isso traz desvantagens quando vamos para um mercado internacional”, considera o empresário.Recentemente, o ministro da Agricultura de Moçambique, José Pacheco, visitou as chazeiras e disse que o Executivo tudo fará para que o chá de Gurué volte a ser reconhecido como nos tempos antigos. “Quero que os nossos produtores possam ter acesso aos meios e factores de produção em quantidade e qualidade suficientes para que tenham altos níveis de produtividade e para que o nosso país ocupe o seu espaço de direito como um dos países produtores de comida e não só”, diz José Pacheco, sublinhando que “este Governo está comprometido com a produção agrária”.Ravi Singi, outro empresário e produtor do Chá Magoma, em Gurué, pede ao Governo medidas concretas para impulsionar a produção na região. Singi diz que os produtores investem muito dinheiro para pôr as firmas em funcionamento, mas, em contrapartida, não há lucros. “Há mais vantagens em exportar o chá do que em vender localmente”, conclui.Vários produtores estão a substituir o chá pela macadâmia, uma espécie de amêndoa usada para a produção de chocolates.

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