O Governo de Sofala, centro de Moçambique, acaba de
suspender as actividades de mais duas empresas madeireiras, em virtude de terem
violado com o preceituado na legislação laboral vigente no país. Segundo o
“Diário de Moçambique”, trata-se da Ming Fan Shen e Didi Madeiras, localizadas
nas zonas da Chamba e Inhamízua, na cidade da Beira, capital de Sofala.Com
estes dois casos, passam para três o número de empresas suspensas em conexão
com a violação da Lei do Trabalho. A primeira a ser sancionada com a mesma
medida foi a Hen Xing do Dondo. Esta foi considerada reincidente, pois em Maio
do corrente ano tinha sido multada devido à inobservância das regras de higiene
e segurança no trabalho, falta de contratos de trabalho, entre outras
anormalidades. Constam do rol das irregularidades detectadas pela equipa
multissectorial criada pelo Governo para aferir o cumprimento da Lei do
Trabalho nos estaleiros madeireiros da província, a existência de três operários
estrangeiros “fora” das quotas estabelecidas, falta de contratos de trabalho
para igual número de trabalhadores estrangeiros e não inscrição de dez
operários nacionais no sistema de Segurança Social, para além da inexistência
de vestiário, cozinha e refeitório, isto em relação à firma Ming Fan Shen. Já
na Didi Madeiras, a equipa multissectorial constituída pelo Instituto Nacional
das Actividades Económicas, Inspecção do Trabalho, Serviços de Migração,
Autoridade Tributária e Direcção Provincial da Saúde, constatou irregularidades
relacionadas com a falta de contrato de trabalho de um trabalhador estrangeiro,
ausência de sanitários, vestiários para os trabalhadores moçambicanos, bem
assim o incumprimento do preceituado no processamento da madeira cerrada. Hélcio
Cãnda, porta-voz da 16ª sessão do Governo de Sofala, segundo o “Diário de
Moçambique”, fez saber que em função das infracções detectadas, o Governo
provincial decidiu suspender temporariamente as duas empresas até que estas
sanem todas as irregularidades encontradas. “Por isso, a partir de terça-feira, as empresas Ming Fan Shen e Didi Madeiras estão suspensas e o
levantamento da paralisação só acontecerá depois da sanação das irregularidades
detectadas pela equipa multissectorial” – disse Cãnda. Afirmou que o referido
“team” foi criado para, entre outras tarefas, aferir junto das empresas
madeireiras da província, questões ligadas com os alvarás, DUAT (Direito de Uso
e Aproveitamento de Terra), para além da verificação da origem da matéria-prima,
nome e nacionalidade dos proprietários dos estaleiros e condições de trabalho
dos operários nacionais.
Nesta fase, o trabalho incidiu sobre as firmas Ming Fan
Shen e Didi Madeira, tendo sido constatado que a primeira possui 39 operários
nacionais e 19 laboriosos na segunda, 17 dos quais nacionais. Ademais, Hélcio
Cãnda explicou que a Lei do Trabalho de Moçambique estabelece que para as
grandes empresas (com mais de 100 trabalhadores), a fasquia de admissão de
estrangeiros é de cinco por cento. Já nas médias firmas (de 10 a 100
operários), a meta é de oito por cento das vagas para os laboriosos
estrangeiros, enquanto os pequenos empreendimentos, a fasquia de forasteiros é
de dez por cento.
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