Os docentes das diversas instituições de ensino superior existentes no país
passam, a partir de 2016, a estar proibidos de leccionar em mais de um
estabelecimento de ensino, no quadro de medidas que o governo está a adoptar
visando garantir a qualidade. Desta feita, se um docente lecciona numa
determinada universidade fica impedido de exercer a actividade lectiva em
qualquer outra, devendo portanto se dedicar única e exclusivamente à
instituição de ensino superior onde está vinculado e cadastrado. O governo está
a efectuar o cadastro de todos os professores do ensino superior, com vista a
manter maior controlo da “mobilidade”, exercício que está a ser levado a cabo
pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico-Profissional
(MCTESP). O cadastro, segundo o ministro do pelouro, Jorge Nhambiu, para além
de permitir uma fácil verificação da existência ou não de laços contratuais de
um professor com as instituições de ensino superior, vai, por outro lado, aferir
se ele possui a formação mínima exigida, entre outros aspectos. “Essas normas
têm em vista a qualidade do professor. Vamos exigir em todas as 49 instituições
públicas e privadas existentes no país”, disse o governante, anotando que
existem instituições que ao requer a abertura pegam em professores vinculados a
outras e os apresentam como docentes exclusivos da instituição. Todavia, o
cadastro de todos os professores que, nos cálculos do ministério, estará
concluído dentro de três ou quatro meses situações semelhantes não vão
acontecer mais. Aliás, para as instituições que quiserem se registar como de
ensino superior uma das condições a responder é a existência de um corpo
docente próprio. Nhambiu revelou as medidas em curso no 1/o Conselho Coordenador
do MCTESP encerrado sexta-feira Vila Municipal da Manhiça, província meridional
de Maputo, sob o lema “Ciência, Tecnologia, Ensino Superior e
Técnico-Profissional, Construindo uma Plataforma para o Desenvolvimento
Socioeconómico do País”. O ministro reconheceu que conferir qualidade ao ensino
superior requer algumas exigências, entre elas a existência de condições
necessárias para a leccionação em condições normais, daí que urge envidar
esforços para criar os mecanismos que permitam fazer a supervisão.O titular da
pasta da ciência e tecnologia disse, por outro lado, que ao abrigo da Lei de
Ensino Superior, que faz monitoria das instituições, com o termo previsto para
o fim do corrente ano, permitiu-se que algumas instituições operassem sem
observar as normas rígidas estabelecidas, mas “a partir do fim de 2015, novos
procedimentos vamos exigir”. Na fiscalização feita às instituições de ensino
superior, o sector tem constatado a existência de diversas irregularidades,
incluindo os casos de estabelecimentos que operam sem a qualidade exigida dos
professores e outras sem laboratórios sequer. No fim de três dias de reflexão
acerca do actual estágio das actividades do pelouro e perspectivas para o
futuro, Nhambiu disse, no encerramento, que foi elaborado o balanço das
realizações do sector referente ao período que vai de Janeiro a Setembro. No
encontro foi elaborado e harmonizado o Plano Operacional do Sector para os
próximos cinco anos; capacitados os participantes em matéria de liderança,
planificação e boas práticas de gestão dos recursos do Estado; a partilhada a
informação sobre o funcionamento do novo ministério, modelo de articulação e os
principais instrumentos de governação do sector.
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