sábado, novembro 20, 2010

Toponímia

Pelo menos 110 artérias da capital moçambicana, que ainda ostentam topónimos herdados do colonialismo português, deverão ser alteradas num futuro próximo, anunciou hoje, em Maputo, a directora adjunta do Planeamento Urbano e Ambiente do Conselho Municipal da cidade de Maputo (CMCM), Teresa Chissequere.Para o efeito, já foram identificados 400 topónimos na cidade de Maputo, que estão a sofrer mudanças desde o início do processo de autarcização há 12 anos.“Tínhamos aproximadamente 400 topónimos antigos. Deste número, já foram alterados 218 com nomes herdados do colonialismo, havendo 110 em fase de tratamento”, disse Chissequere, falando a imprensa minutos após o início do primeiro Fórum Inter-distrital sobre a Toponímia Municipal.Moçambique e’ um país soberano e independente há 35 anos. Contudo, parte considerável das artérias da capital do país ainda ostenta topónimos associados ao colonialismo, que não dignificam a história e identidade do país.O processo de mudança dos topónimos ganhou um novo ímpeto com o início da autarcização, mas os resultados ainda esta muito aquém do daquilo que seria de desejar. Por outro lado, existem ruas novas que também carecem de nomes e outras que apenas ostentam uma designação numérica.Por isso, o CMCM criou a Comissão Municipal de Toponímia há dois anos, para trabalhar exclusivamente na atribuição e alteração de topónimos existentes e a criação de outros novos. Actualmente, a escolha de topónimos envolve a participação dos munícipes ao nível da base, cuja proposta e’ submetida as autoridades competentes para a sua aprovação. Entre os potenciais candidatos, constam nomes de personalidades que se destacam nas várias áreas de actividade incluindo a política, ciências, história, cultura, bem como nomes de acidentes geográficos, fauna, flora, entre outros. Na ocasião, Chissequere explicou que foram identificadas três mil novas vias, das quais cerca de 1.200 já têm novos nomes resultantes de novas atribuições ou substituição dos anteriores.Ela reconheceu que a cidade está a crescer e por isso, além das três mil novas vias já identificadas, também se regista a construção de novas ruas e estradas.Falando a sessão de abertura do Fórum, o vereador para a área de Desenvolvimento de Infra-Estruturas, Mário Macarringue, disse que a atribuição de topónimos a lugares e vias públicas municipais é uma actividade permanente.Segundo Macarringue, essa actividade visa identificar ruas, avenidas, praças e pracetas de modo a facilitar as operações das empresas e dos provedores de serviços do Município de Maputo, bem como tornar mais prática a circulação e orientação dos munícipes.“Maputo é uma cidade em expansão e orgulha-nos o facto de termos a oportunidade de atribuir topónimos a novas vias e lugares que nascem, mas também de alterarmos os topónimos usados no período colonial, colocando em seu lugar outros mais simbólicos e representativos da nossa jovem nação”, disse Macarringue, que falava em representação do edil de Maputo, David Simango. O anterior edil, Eneas Comiche, defendia que alguns nomes da era colonial deveriam permancer como forma de salvaguardar um parte da história construtiva da capital moçambicana. Esta proposta não colheu na altura a mesma opinião da Assembleia Municipal.

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