terça-feira, novembro 30, 2010

Agora entram pelo mar

Os imigrantes ilegais de nacionalidade somali já começaram a mudar de tácticas para entrar clandestinamente em Moçambique, segundo revelou o porta-voz do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Pedro Cossa.O facto é que as autoridades moçambicanas reforçaram o controlo das fronteiras terrestres em todas as entradas do país para evitar a entrada de imigrantes ilegais e os somalis encontraram no mar uma forma para entrar em Moçambique.“Agora os somalis estão a entrar no país via mar. Chegam a Cabo Delgado e depois dali vão para Nampula e Zambézia”, disse, acrescentando que “o número de somalis que entra no país é muito grande e preocupante. As províncias de Cabo Delgado, Nampula e Zambézia nos preocupam muito”.Só nas duas últimas semanas foram detidos em Nampula e Zambézia cerca de 300 imigrantes ilegais de nacionalidade somali.Os mesmos dizem que procuram refúgio em Moçambique devido a crise na Somália e, por causa da pobreza nas suas zonas de origem, buscam melhores oportunidades no país.Para as autoridades policiais moçambicanas, estes argumentos não são muito convincentes porque a maior parte deles chega a pagar cerca de três mil dólares (106.5 mil meticais) para chegar a Moçambique.Uma vez chegados a Moçambique, muitos deles se estabelecem temporariamente numa determinada zona, abrindo empreendimentos comerciais e depois partem para a África do Sul sob a capa de empresários. “Muitos desses imigrantes dizem que procuram refugio e abrigo em Nampula (onde se encontra o maior centro de refugiados de Moçambique - Centro de Maratane) por causa da guerra na Somália. Entretanto, sabe-se que, em Joanesburgo, há uma zona de concentração de somalis”, explicou.Cossa sublinhou que Moçambique paga uma factura alta devido aos imigrantes ilegais, uma vez que têm que acolhê-los e depois repatria-los, o que implica custos.“Um dia vamos encontrar os autores destas práticas. Nas duas detenções que realizamos em Nampula e Zambézia, os condutores dos camiões que transportavam os imigrantes fugiram”, disse.“O que realmente acontece, não só com os somalis, mas também com os congoleses e guineenses (Guiné Conacri), eles junta-se com mulheres em Nampula, fazem filhos e por via disso pedem a nacionalidade moçambicana”, defendeu.A PRM, na sua actuação de controlo, tem estado a trabalhar com as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).

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