A Polícia de Investigação Criminal (PIC) no distrito de Changara, província central de Tete, deteve, há dias, uma jovem de 21 anos de idade, por ter abandonado o seu bebé no interior de uma latrina, minutos depois do parto.A jovem mãe, que diz não estar arrependida, atribui as culpas ao seu marido desempregado, por este a ter obrigado a conceber um segundo filho, mesmo sabendo que não tinha condições para sustentá-lo.“Eu já tenho um filho de aproximadamente dois anos, mas o meu marido me obrigou a ter o segundo, mesmo sabendo que ele não trabalha e só passa a vida a consumir bebidas alcoólicas”, disse a jovem identificada pelo nome de Fátima Fernando.O caso ocorreu a 16 de Novembro corrente no bairro Josina Machel, na vila de Luenha, sede do distrito de Changara, numa residência onde aquela mulher havia hospedado proveniente do povoado de Camulamba, a cerca de 13 quilómetros da sede distrital.“O acto aconteceu depois de a mãe da criança ter começado a sentir alguns sintomas para dar luz, mas que, ao invés de se dirigir ao hospital, ela entrou na latrina com um balde vazio e capulanas. Depois de dar luz, meteu a criança no balde e deitou na cova. Só depois é que se dirigiu ao centro de saúde”, explicou o director da PIC no distrito de Changara, João Simoko. A Polícia instaurou já um processo criminal por infanticídio frustrado, o qual foi já remetido a Procuradoria para sua legalização.A criança foi salva pelas autoridades sanitárias do distrito de Changara, que a resgataram com vida, tendo de seguida prestado cuidados médicos.Segundo o médico chefe do hospital distrital de Changara, Inácio Malemane, a criança não apresentava nenhum sinal de ferimento, mas foi necessário desinfectá-la porque estava coberta de fezes.“Lavamos a criança e a observamos minuciosamente. Não tinha nenhuma lesão”, disse o médico chefe, receando que a criança possa ter problemas psicológicos no futuro porque, eventualmente, alguém poderá contar o caso no futuro. Testemunhas que viveram o incidente afirmam ter falado, em vão, com aquela jovem quando mostrava já sinais de estar quase para dar luz no sentido de ir ao hospital. Rita Tique, uma das testemunhas, explicou a jornalistas locais que “ela bem disse que não estava a se sentir bem, e eu lhe persuadi para que ela fosse ao hospital, mas recusou. Foi renitente”.Ao invés de se deslocar a uma unidade sanitária, Fátima, que pratica o negócio informal para a sua sobrevivência, optou por prosseguir com a sua actividade, não obstante queixar-se de dores. “Lá no negócio ela não ficou muito tempo, voltou e pediu-me para lhe pôr agua na casa de banho, onde se trancou e ficou mais de 30 minutos. Achei estranho e fui bater a porta, mas ela já tinha praticado o acto. Foi então que decidi chamar a vizinhança que me ajudou a interrogá-la”, explicou Tique.Rosa Castigo, uma outra testemunha, disse ter sido ela quem descobriu a criança dentro da latrina, tendo alertado a Policia para tomar conta da ocorrência.
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