A vice-Ministra da Planificação e Desenvolvimento, Maria Lucas, disse, durante um encontro entre empreiteiros moçambicanos e portugueses, que o Governo não está de acordo com os preços das casas praticadas pelas imobiliárias, por serem muitos altos. Defendeu que as empresas envolvidas na construção de imóveis para habitação devem melhorar os níveis de eficiência para que os preços das casas sejam acessíveis para a maioria da população moçambicana.Estudos mostram que em Moçambique há défice de casas para habitação, sobretudo para os jovens, a camada maioritária.Segundo dados estatísticos, em 1978, Moçambique tinha 10.8 milhões de habitantes, um número que cresceu para cerca de 20 milhões em 2007.Nos primeiros anos da independência de Moçambique, o Estado era o provedor de habitação aos cidadãos, gerindo 80 mil imóveis em todo o país.A partir de 1995, quando iniciou a alienação dos imóveis a privados, o Estado deixou de ser provedor para passar a ser facilitador, criando condições para o sector privado investir neste sector.Nos últimos anos, o país tem registado um movimento intenso de construção de habitações, porém na sua maioria são de luxo.O preço mínimo de uma casa do tipo dois é superior a 50 mil dólares norte-americanos (1.8 milhões de meticais).Fazendo os cálculos, um funcionário público licenciado aufere cerca de 17 mil meticais (480 dólares norte americanos), o que não o permitiria aceder a um empréstimo bancário para comprar uma casa, sobretudo devido à limitante do 1/3 estabelecido pelo Banco Central aliado às taxas de juro que são proibitivas.Para fazer face a esta situação, muitos moçambicanos, com recursos médios e baixos, optam pela auto-construção, que muitas vezes leva mais de cinco anos devido aos custos de materiais de construção.De acordo com estatísticas do Fundo para o Fomento de Habitação, instituição adstrita ao Ministério das Obras Públicas e Habitação, 13.5 milhões de moçambicanos necessitam de habitação condigna.No centro da cidade de Maputo, por exemplo, o arrendamento de uma residência custa no mínimo 15 mil meticais (423 dólares norte-americanos), sendo mais caro nas zonas mais nobres.O Governo moçambicano, no âmbito do seu Plano Quinquenal, prevê a construção de 100 mil habitações em todo o país para reduzir o défice.
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