O pulmão do mundo já arde há mais de 16 dias e a devastação é
gigantesca! Segundo a Agência Espacial Brasileira, só este ano já foram
detetados 72 mil focos de incêndio. Tais números significam um aumento de
70% face a 2018. O número de focos de incêndio no país já é o maior dos
últimos sete anos.
O fumo já é visível do espaço!
Os incêndios na Amazónia atingiram números recorde!
O estado do Amazonas já decretou emergência no Sul e na capital
Manaus devido ao impacto negativo da desflorestação ilegal e queimadas não
autorizadas. Mark Parrington, especialista citado pelo Vice, referiu que os
incêndios na Amazónia libertam em média de 500 a 600 toneladas de dióxido de
carbono durante um ano típico. Em 2019, já foram libertadas 200 toneladas.
De acordo com a imprensa brasileira, que tem como base o “Programa de
Queimadas” do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o bioma
(conjunto de ecossistemas) mais afetado é o da Amazónia, com 51,9% dos casos.
Segue-se o cerrado – ecossistema que cobre um quarto do território do Brasil –
com 30,7% dos focos registados no ano. Além disso, segundo o INPE, os incêndios
já consumiram mais de 20 mil hectares de vegetação e desapareceram
três milhões de espécies de fauna e flora. As chamas afetaram também um milhão
de indígenas que vivem naquela floresta.
A NASA publicou recentemente duas imagens de
satélite que mostram o fumo proveniente dos incêndios. Segundo as
informações, desde o passado dia 15 de agosto já deflagraram mais de nove
mil fogos. As imagens foram captadas a 11 e 13 de agosto pelo satélite Aqua.
Já o Presidente da República Federativa do
Brasil afirmou nesta
quarta-feira (21) que governadores da região Norte são "coniventes"
com o aumento do desmatamento e
de queimadas na Amazônia . Sem citar nomes, Jair Bolsonaro
disse que alguns governadores "não
estão movendo uma palha" para resolver a situação e que "estão
gostando" disso.
— Olha só, tem governador, não quero citar nome, que está
conivente com o que está acontecendo e bota a culpa no governo federal. Tem
estados aí, que não quero citar, na região Norte, que o governador não está
movendo uma palha para ajudar a combater incêndio. Está gostando disso daí
— afirmou
Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro
também levantou a hipótese de que o aumento das queimadas na Amazônia pode ter
sido causado por membros de ONGs para prejudicar a imagem de seu governo.
— O crime existe, e isso aí nós temos que fazer o possível para
que esse crime não aumente, mas nós tiramos dinheiros de ONGs. Dos repasses de
fora, 40% ia para ONGs. Não tem mais. Acabamos também com o repasse de dinheiro
público. De forma que esse pessoal está sentindo a falta do dinheiro. Então,
pode estar havendo, não estou afirmando, ação criminosa desses
"ongueiros" para exatamente chamar a atenção contra a minha pessoa,
contra o governo do Brasil.
Questionado
se considerava as ONGs responsáveis pelas queimadas, Bolsonaro disse que não
estava afirmando isso, que insinuou que elas poderiam estar representando
"interesses de fora do Brasil".
— Não estou afirmando. Temos que combater o crime, depois
vamos ver quem é o possível responsável pelo crime. Mas, no meu entender, há
interesse dessas ONGs, que representam interesses de fora do Brasil.
Bolsonaro
afirmou que estranha as imagens das queimadas e disse que "tudo
indica" que os responsáveis pelas filmagens são as mesmas pessoas que
tocaram fogo:
— O fogo foi tocado, pareceu, em lugares estratégicos.
(Tem) imagens da Amazônia toda. Como é que pode? Nem vocês teriam condições de
todos os locais estar tocando fogo para filmar e mandar para fora. Pelo que
tudo indica, foi para lá o pessoal para filmar e tocaram fogo. Esse que é o meu
sentimento. Vocês têm que entender uma coisa, que isso não está escrito. Não
têm um plano para isso aí. Isso é conversa, pessoal faz, toma decisão e ponto
final — completou
O
presidente ainda minimizou os cortes nos repasses da Alemanha e da Noruega para
ações contra os desmatamento.
— Eu não posso apenas aceitar recursos de alguém sem saber
a intenção daquela pessoa. Eu não vou te dar um dinheiro todo mês, para você,
se eu não tiver alguma intenção que você faça alguma coisa de bom para mim. Ou
é apenas coração grande da Noruega, da Alemanha? Não é isso daí. Não é verdade.
Não se pode acreditar nessa infantilidade. É isso que eu tento o tempo todo
alertar o povo do Brasil.
Procurados, os governadores da região Norte reagiram às
declarações de Bolsonaro.
O governador do Amapá, Waldez Goes (PDT), disse que o
presidente está tentando “transferir responsabilidades” e que essa postura não
vai resolver o problema.
— Transferir responsabilidades não vai acabar
com as queimadas. Os governadores da região não concordam com isso— disse o governador, que é presidente do recém-criado consórcio de nove
estados da Amazônia Legal que, além do Amapá, inclui Amazonas, Pará, Rondônia,
Acre, Mato Grosso, Tocantins, Roraima e Acre. Em nota, o governador do
Amazonas, Wilson Lima (PSC), disse que o estado vem tomando medidas para
combater as queimadas e, sobre a frase de Bolsonaro, adotou um tom conciliador
afirmando que vem mantendo “diálogo permanente” com o governo federal. Em
Rondônia, comandado pelo colega de partido do presidente Coronel Marcos Rocha
(PSL), o governo se limitou a dizer que está montando uma “blitz” de combate às
queimadas a partir desta quarta-feira na capital, Porto Velho. Na nota enviada
à reportagem, Rocha não faz nenhuma menção às declarações de Bolsonaro. Os
governos do Acre, Roraima, Tocantins e Pará ainda não se pronunciaram.
Se Antes os incêndios na Amazônia aconteciam em áreas desmatadas, como
pastagens, agora o fogo se alastra maioritariamente sobre floresta em
pé.
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