Teófilo
Nhangumele e Bruno Tandane, dois dos vinte arguidos no processo das dívidas não
declaradas, tentaram ocultar a titularidade de alguns bens móveis e imóveis
adquiridos com dinheiro resultante da participação no golpe, registando os
mesmos em nome de familiares.
A
acusação definitiva do Ministério Público, já enviada ao Tribunal, refere que,
com os 8.5 milhões de dólares que cada recebeu de subornos para viabilizar a
assinatura dos contratos de dívida das empresas PROÍNDICUS, EMATUM e MAM,
Teófilo Nhangumele registou alguns bens em nome da filha. Por seu turno, Bruno
Tandane inscreveu o novo património em nome das irmãs e até das pessoas com que
fez o negócio.
Segundo
a acusação, Nhangumele usou parte do valor para adquirir dois imóveis no
condomínio Garden Park, no Município da Matola, ao preço total de 1.55 milhões
de dólares. Também adquiriu um imóvel tipo III no condomínio Maputo Plaza, na
cidade de Maputo, ao preço de 350 mil dólares. O Ministério Público apurou
ainda que, com o dinheiro das luvas, Nhangumele também comprou duas viaturas,
sendo um Mercedes Benz, ao preço de 100 mil dólares, e um Land Rover, que
custou 90 mil dólares. Estes bens foram registados em nome da filha, G. L. F.
Nhangumele.
A
viatura da marca Land Rover Discovery, que Nhangumele adquiriu a 80 mil
dólares, foi registada seu nome. Igualmente adquiriu benfeitorias implantadas
no seu terreno em Bilene, província de Gaza, ao preço de 180 mil meticais.
Por
sua vez, segundo a acusação, Bruno Tandane aplicou os 8.5 milhões de dólares
que recebeu de suborno do Grupo Previnvest, na aquisição de imóveis,
automóveis, gado, financiamento de viagens, entre outras despesas. Foi assim
que transferiu 25 mil dólares para a sua irmã Kátia Tandane Langa e 75 mil
dólares para a outra irmã, Érica Tandane Langa.
Parte
do valor foi gasto em viagens para a França, Portugal, Espanha, Itália, Grécia
e Índia, tendo neste último país permanecido por três meses para tratamento hospitalar.
Outro dinheiro foi transferido para Portugal, Turquia e África do Sul, onde a
acusação afirma que o arguido adquiriu imóveis. Entretanto, não registou nenhum
imóvel em seu nome, tendo os deixando com registo dos próprios vendedores, numa
clara estratégia visando ocultar a titularidade.
Em
2013, adquiriu, de Vasco Nhandamo, um imóvel na cidade de Maputo ao preço de
220 mil dólares e um outro de três pisos, no valor de 1.5 milhão de dólares. De
Ernesto Amaral Fonseca adquiriu outra casa, em Chizavane, província de Gaza, ao
preço de 350 mil dólares.
No
condomínio Garden Park, na cidade da Matola, Tandane comprou dois apartamentos
no valor total de um milhão de dólares. Em Nelspruit, na África do Sul,
adquiriu um imóvel ao preço de um milhão e 350 mil randes; uma viatura Mercedes
Benz e 845 cabeças de gado que as colocou no seu curral em Magude, província de
Maputo. Pelas cabeças pagou nove milhões e 500 mil randes.
Ainda
na África do Sul, o arguido comprou uma viatura Toyota Land Cruiser e uma vivenda
ao preço de um milhão e 100 mil dólares, tendo investido outros quatro milhões
de randes na remodelação da casa, que mais tarde vendeu ao preço de 12 milhões
e 500 mil randes.
Bruno
Tandane comprou igualmente dois tractores no valor total de 820 mil randes; uma
pá-escavadora a 350 mil randes e construiu um imóvel de dois pisos, no distrito
de Magude. Adquiriu igualmente uma viatura Ferrari ao preço de 470 mil dólares,
tendo mais tarde vendido e, com o valor resultante, comprado um camião, uma
máquina retroescavadora e buldózer. Comprou também uma viatura da marca Rolls
Royce com chapa de matrícula personalizada, com números correspondente ao dia,
mês e ano do seu nascimento (081077GP). (Notícias)
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