O
Ministério moçambicano da Saúde (MISAU) acaba de reforçar a vigilância
epidemiológica nas fronteiras nacionais de modo a detectar casos suspeitos de ébola,
e avançar com tratamentos antecipados.O reforço das medidas de controlo surge
na sequência do surto do ébola que está a assolar as províncias de Kivu-North e
Ituri, na República Democrática do Congo, com a notificação de um total
cumulativo de 2671 casos e 1790 óbitos, desde 2018.Um comunicado da Direcção
Nacional de Saúde Pública refere que apesar de Moçambique não constar na lista
de países de alto risco e terem sido notificados casos noutros países da
região, o MISAU está a monitorar a evolução da epidemia na RD Congo ou eventual
surgimento de surtos nos territórios vizinhos.
“O
MISAU alerta a todos os passageiros que viajem de, ou para áreas afectadas para
o cumprimento rigoroso de medidas básicas de higiene, evitar o contacto directo
com sangue, fezes, vómitos e outros fluidos corporais de um paciente ou de uma
pessoa suspeita de infecção com o ébola”, lê-se na nota, citada hoje pelo
“Notícias”.
O
MISAU recomenda ainda que se evite o consumo de carne de animais selvagens,
como macacos e antílopes.Ainda no quadro de preparação, o sector da saúde está
a elaborar um plano de contingência.No dia 17 Julho último, o Director-geral da
Organização Mundial da Saúde declarou a ébola como emergência de saúde pública
de carácter internacional. A OMS e os parceiros continuam a apoiar o Congo
(RDC) no controlo do surto.O risco de transmissão da doença é alto dentro da
própria República Democrática do Congo, moderado nos países vizinhos,
nomeadamente a Uganda, República do Congo, República Centro Africana, Angola,
Burundi e Tanzania.
“Para
os restantes países da região, como Moçambique, o risco é considerado baixo e
muito baixo a nível global. Não há restrições de voo ou de trocas comerciais
com o Congo”, acrescenta a nota de imprensa.Entretanto, o Malawi, através do
Ministério da Saúde e População, garantiu que não houve registo de casos da
doença no país e continua a tomar medidas para preparar, prevenir, detectar e
tratar qualquer caso de ébola que possa se desenvolver.A ébola é uma doença
viral aguda, grave caracterizada por início geralmente súbito de febre,
mal-estar, dores musculares e dor de cabeça, seguida de dor de garganta,
vómitos, diarreia e erupções maculo-papulosas. Evolui para o sangramento
abundante nos orifícios corporais.
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