Se houvessem poetas na Renamo, estou certo que
nunca escreveriam. Nem poesia de intervenção, nem de coisa nenhuma. É
impossível criar junto a alguém que de tanto se desconstruir, só desconstrói. A
entrevista que a Soico TV passou no dia 29 de Abril, revela esse lado de
"mártir" obcecado que caracteriza o líder da Renamo. A sua vocação
para padroeiro da desgraça e da incompreensão, da mentira e dadeturpação. De
tanto estar preocupado em propalar-se pai da democracia, o senhor Afonso
Dlakama tornou-se irremediavelmente no pai da tirania. Até mesmo dentro do
movimento dele.
A pobreza e a irreverência da miserabilidade com que profere as suas opiniões
deixam atónitas mesmo as lagartixas. As cobras não, porque me parecem conviver
com ele. Ora como pode o senhor Afonso falar da ditadura da FRELIMO, de onde
ele provém, como toda a gente sabe, quando ele próprio é a ditadura em pessoa?
Como pode ele falar de PAZ quando o que ele só sabe fazer é a guerra?
O líder da Renamo não percebe patavina de política e a ganhar algum dia as eleições
em Moçambique, a Republica de Moçambique tornar-se-ia, num curto espaço de
tempo, numa grande base de guerrilheiros. Ignóbil a paridade que pede. Ignóbil
que um Partido que se diz Partido nunca nos tenha vindo com um discurso
coerente politicamente e nutrido de algum projecto que servisse ou sirva
Moçambique, caso ele ganhe as eleições. Digam o que disserem os seus servis
seguidores, mas a RENAMO não tem projecto nenhum para Moçambique e se o tem
nunca o apresentou e se não o apresentou e tem, não é seu.
O senhor Dhlakama é uma caixa forte de fantasias. Um baile de mascaras nas
barbas da fome e do sofrimento e da seriedade do Povo que diz servir.
“Não aceito que seja cercado por forças do governo” . Esta afirmação é do
senhor Afonso Dhlakama. Ele não aceita ser cercado, mas o que ele anda a fazer
não é cercar a Democracia? Ele não aceita ser preso, mas o que anda a fazer não
é prender a Democracia? Ele não aceita ser atacado, mas o que anda ele a fazer
não é atacar a Democracia? Ele não aceita nada do que ele faz primeiro. Essa é
a mais distinta verdade.
O senhor Afonso não se sabe redimir, não tem mais argumentos para esgrimir que
não sejam os do recurso 'a força e 'a violência. O senhor Afonso tornou-nos
numa Nação violenta e de homens violentos. O senhor Afonso só tem um verbo na
sua boca e na sua mente: Aniquilar. Porquê? Porque é isso que ele aprendeu a
fazer, de que tempos não sei, e é só isso que ele sabe fazer e será isso que
ele continuará a fazer caso um dia ganhe as eleições.
O senhor Afonso não quer viver em Paz. Quer protagonismo e não encontra outro
modo de ganhá-lo sem recorrer as armas. É incapaz de ganhar protagonismo num
debate político. Não sabe ganhá-lo num discurso aonde não recorra a um outro
Dlhakama quase romanesco como César, o Imperador romano que quando se dirigia a
si próprio o fazia como sendo outra pessoa. Ora, como pode um homem desses
exigir que um Presidente da Republica pegue num helicóptero e se dirija 'a
parte incerta aonde se encontra para dialogar? Mas que senilidade atroz o faz
julgar deste modo?
Ó Afonso já há cama para a PAZ. Descansa, homem.
(Eduardo Costley-White/poeta/facebook)
0 comments:
Enviar um comentário