A
comercialização do algodão, na campanha 2013-2014, vai render aos cofres do
Estado moçambicano 100 milhões de dólares americanos.Esta informação foi dada
na passada quinta-feira em Maputo, durante uma conferência de investidores em
algodão e têxteis.Tratou-se duma conferência que serviu para expor, diante
do empresariado nacional e estrangeiro interessado em investir neste sector, as
potencialidades de investimentos existentes, no país, na mecanização ou
industrialização do sector de produção de algodão, uma vez que, neste momento,
em Moçambique, a produção de algodão é assegurada apenas pelo sector familiar.Na
ocasião, o director do Instituto do Algodão de Moçambique, Norberto Mahalambe,
disse que os 100 milhões de dólares resultarão da exportação de 80 mil
toneladas de algodão caroço produzidos na campanha 2012-2013.Segundo Norberto
Mahalambe, das 80 mil toneladas, 90% foram produzidas pelo sector familiar, e o
restante pelas pequenas indústrias existentes no país, o que revela que a
produção de algodão no país é assegurada pelo sector familiar, o que é mau,
devido ao facto de esta cultura ser considerada como um dos principais produtos
de exportação de Moçambique e que tem uma boa aceitação no mercado mundial,
pois é imprescindível na indústria têxtil e no fabrico de óleo alimentar.Foi a
necessidade de alterar este cenário que levou o Governo moçambicano a realizar
a conferência dos investidores para, junto dos empresários produtores e outros
intervenientes neste sector, procurar formas de revitalizar a produção de
algodão e a indústria têxtil no país, dada sua importância no desenvolvimento
económico pois, para além de servir de exportação, serve de renda para muitas
famílias moçambicanas.
Por outro lado, a conferência tinha como objectivo principal apresentar as
potencialidades de investimentos e de negócios nas componentes de processamento
e tecelagem de algodão fibra, uma vez que, neste momento, o país não possui
nenhuma indústria têxtil em funcionamento, desde que foram encerradas as
fábricas após a Independência.Segundo o ministro de Agricultura José Pacheco,
pretende-se com esta iniciativa agregar mais valor ao algodão produzido em
Moçambique, de modo a elevar o rendimento das 250 mil famílias que se dedicam à
produção desta cultura agrícola e, por outro lado, fortalecer cada vez mais a
contribuição do sector de produção de algodão para o crescimento económico do
país, através do aumento da balança de pagamento e criação de novos postos de
trabalho.
A necessidade de revitalização da indústria têxtil bem como da industrialização
do sector de produção de algodão, como forma de aumentar a produtividade e
agregar mais valor à produção nacional, foi também apontada pelos participantes
da conferência, pois, segundo eles, é muito importante, por se tratar duma área
considerada base para o rendimento de muitas famílias moçambicanas.Segundo
Francisco dos Santos, o sector de algodão é vital em Moçambique porque, para
além, de contribui para criar postos de trabalho e para o aumento do rendimento
de mais de 250 mil famílias, atrai muitos investimentos no sector de
processamento, devido ao seu uso múltiplo na componente industrial, uma vez
que, a partir do algodão, se pode produzir óleo alimentar e roupa.Por seu
turno, o director do Instituto de Algodão de Moçambique, Norberto Mahalambe,
diz que a sustentabilidade do sector de produção de algodão passa pela
construção de mais indústrias de processamento, de modo a que o país não se
limite a ser apenas um fornecedor da matéria-prima, tal como está a acontecer
neste momento em que toda a produção é exportada por falta de indústrias
têxteis no país.É neste sentido que o Governo espera mobilizar junto do
empresariado nacional e estrangeiro bem como nos outros parceiros de cooperação
internacional, como o Banco Islâmico, mais de 351 milhões de dólares americanos
para revitalização da cadeia de valor do algodão e da indústria têxtil no país.
(R.Moiane)
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