Marcos Juma, presidente do Partido Nacional dos Moçambicanos,
PANAMO, apresentou à Comissão Nacional de Eleições, CNE, para as eleições de 15
de Outubro deste ano de 2014, como símbolo do seu partido um galo muito
semelhante ao do Movimento Democrático de Moçambique, MDM. Ao invés de
rejeitar, de imediato, que é para não confundir os potenciais eleitores dos
dois partidos, a CNE acolheu e aconselhou os dois partidos para se entenderem
lá fora, o que demonstra a má-fé deste órgão. A lei não permite que sempre um
galo, que pode ser alto, baixo, com muita ou pouca penas, é sempre um galo.
Com quem o MDM se aliou? Vejamos o que escreve o jornal Notícias,
de 11 de Setembro de 2001:
Marcos Juma, antigo deputado da Assembleia República pela bancada
da União-Democrática, foi ontem condenado a dois anos de prisão, com pena
suspensa por cinco anos, juntamente com a sua esposa, Delfina Juma, por se ter
provado o seu envolvimento no crime de falsificação de moeda estrangeira,
nomeadamente, o dólar americano, no primeiro trimestre de 1999, altura em que
ainda era deputado. (...) No entanto, para além da pena de dois anos de prisão
suspensa por cinco anos, Marcos Juma terá que pagar 800 mil meticais de imposto
de justiça (...) Entretanto, durante a leitura da sentença, o tribunal disse
haver evidências de que o casal, juntamente com os dois estrangeiros
congoleses, forjaram, na residência dos primeiros, a moeda estrangeira – in
Notícias, 11 de Setembro de 2001.
“Havia uma pequena confusão de símbolos, tentámos conversar com os
dois partidos, sendo que mais tarde recebemos uma carta do PANAMO a manifestar
desistência do processo eleitoral”, disse Paulo Cuinica, porta-voz da CNE.
Feito o acordo de “cavalheiros”, não resta mais nada ao MDM senão carregar
Marcos Juma e sua companhia às eleições para as assembleias provinciais e
Assembleia da República. Marcos Juma é visto, pelo público, como um
falsificador de moeda estrangeira, portanto, um cadastrado. Este “casamento
circunstancial” pode minar o MDM aos olhos dos seus militantes e simpatizantes.Pessoas
que ouvimos, sobre este caso, dizem não acreditar que a CNE teria acolhido um
símbolo parecido com batuque e maçaroca apresentado por concorrente qualquer.
Ao aceitar que o PANAMO entregasse uma imitação de um galo, fica claro que este
órgão pretende favorecer o partido Frelimo, baralhando os potenciais apoiantes
do MDM. Marcos Juma das poucas aparições que tem feito, sempre aparece ao lado
da Frelimo, dando vivas ao Presidente Armando Guebuza, logo, ele não pode
trazer qualquer mais-valia à aliança.
Refira-se que na primeira legislatura multipartidária, o PANAMO
tinha como símbolo um caju, mas, admiravelmente, agora aparece com um galo,
algo que nunca tinha antes usado em público nem em privado. Recorde-se, também,
que, nas eleições autárquicas de 2008, aconteceu algo semelhante, na Beira, com
o GDB, uma verdadeira criação da Frelimo, que imitou um pássaro para se parecer
com a perdiz da Renamo, tendo, para o feito, conseguido sete assentos na
assembleia municipal da Beira. Durante todo o mandato, o GDB tomava posições
semelhantes às da bancada da Frelimo na inviabilização dos planos da edilidade.
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