Moçambique está a falhar na mais importante
linha de contenção da propagação do vírus da COVID-19: a limitação, ao mínimo,
da movimentação de pessoas. Se a meta colocada pelas autoridades, quando foi
decretado o estado de emergência, era de redução da movimentação das pessoas em
60 por cento, o certo porém é que a percentagem situa-se agora, tão-somente,
nos 15 por cento: um quarto da meta prevista! Estes dados, revelados , Domingo, pelo
Director Nacional-Adjunto do Instituto Nacional de Saúde, Eduardo Samo Gudo,
denunciam baixo sentido de cidadania dos moçambicanos, por não assumirem como
seu dever acatar as orientações das autoridades, para a defesa e protecção da
sua própria saúde. A decisão de fechar as escolas de todos os
níveis, instaurar o sistema rotativo dos trabalhadores e limitar o número de
passageiros nos transportes tinha em vista mobilizar as pessoas para ficarem em
casa; porem em vez disso as pessoas estão nas ruas”, disse o Dr. Samo Gudo.
Com efeito, as ruas das nossas cidades
continuam apinhadas de gente, incluindo adultos, muitos adolescentes e
crianças, não se sabendo para onde vão, o dia todo!
Estes dados não podem deixar de ser
preocupantes, levantando a pergunta sobre por que as pessoas em vez de ficar em
casa, lançam-se em passeios sem agenda pelas ruas das cidades e dos subúrbios,
ou a viajar, como se de férias estivessem.
O que terá falhado? Comunicação
ineficiente? Baixa consciência cívica? Descrédito às autoridades, nomeadamente
da saúde?
No mesmo Domingo, uma estação de TV
nacional divulgou uma peça de reportagem, mostrando o parque infantil da cidade
de Nampula abarrotado de crianças, que brincam em escorregas e escadarias em
algazarras próprias de férias, e sem qualquer controlo ou orientação.
Esta imagem do parque infantil da cidade de
Nampula certamente que se repete pelo resto do país. Qual é a responsabilidade
das autoridades municipais?
Quinze por cento é uma percentagem
assustadoramente baixa!
Por que a estratégia está a falhar?
Não terão, as medidas de relaxamento,
anunciadas a meio do percurso, induzido a um perigoso “deixa andar”?
Parece evidente que medidas adicionais,
correctivas, devem ser tomadas!
De alguns países africanos e asiáticos, têm
circulado imagens de forças policiais dispersando compulsivamente grupos de
pessoas que se aglomeram em diferentes pontos de cidades, em claro ambiente de
ociosidade ou mesmo mera vadiagem – violando a ordem de distanciamento social. Igualmente, pode considerar-se alguma
pressão sobre a circulação de viaturas, dentro e para fora das cidades: os
automobilistas devem produzir provas de que a viagem que estão a empreender é
absolutamente necessária! Temos visto isto nas cidades e estradas portuguesas..
Ou mesmo estabelecer-se horário de recolher
obrigatório geral em todo o país: 8 horas da noite!
De contrário…corremos o risco de morrer, ao
mesmo tempo, de fome e do coronavírus!
(Por T.Vieira Mário in facebook)
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