quarta-feira, abril 17, 2019

Mais “30 minutos” teria ficado totalmente destruída

O desastre foi evitado pelos bombeiros, que permaneceram no interior do edifício de modo a criar uma muro de água entre o fogo e as duas torres principais da catedral. Assim explicou o secretário de Estado francês, Laurent Nuñez, louvando a “coragem” e a “determinação” das várias corporações. Laurent Nuñez explicou ainda que bombeiros e polícias vão assegurar nas próximas 48 horas a segurança da estrutura do catedral.
O incêndio de segunda-feira destruiu o tecto de Notre-Dame e fez desabar a sua torre de 93 metros. O edifício, com mais de 800 anos, permaneceu, contudo, de pé. Emmanuel Macron afirmou esta terça-feira que a catedral estará reconstruída em cinco anos e lançou uma campanha nacional de angariação de fundos para as obras de reconstrução. “Vamos reconstruir a catedral ainda mais bonita.” O incêndio de Notre-Dame, disse ainda Macron, durante o breve discurso que fez em direto na televisão francesa, “lembra-nos também que haverá sempre desafios a superar”. Até ao momento, foram angariados cerca de 700 milhões de euros.
As autoridades acreditam que se tratou de um acidente mas foi aberta uma investigação e pedida a colaboração de 50 pessoas para tentar apurar as causas do fogo. Tem sido considerada a possibilidade de o incêndio ter estado relacionado com as obras que se encontravam em curso na catedral. No total, foram já ouvidas cerca de 30 pessoas, na sua maioria operários que trabalhavam nessas obras de reabilitação do edifício.
Um funcionário judicial revelou à agência de notícias Associated Press que os alarmes de incêndio soaram duas vezes e que da primeira foi feita uma verificação ao local, não tendo sido, contudo, encontrados quaisquer sinais de risco.
Quando os bombeiros foram chamados pela segunda vez, já era tarde demais porque o fogo já se alastrara ao edifício. Têm também surgido acusações a respeito do estado degradado em que a catedral se encontrava, sendo certa para muitos a possibilidade de uma queda mesmo antes do fogo.
A catedral está nas mãos do Estado francês e tem estado no centro de uma disputa de longos anos entre o estado e a Diocese de Paris, que continuam sem se entender sobre quem deverá financiar a restauração das suas balaustradas, gárgulas em ruínas e fachadas já cheias de fissuras. Jean-Michel Leniaud, presidente do conselho científico da Fundação do Património francês, afirmou mesmo que aquilo que aconteceu na segunda-feira era, de certo modo, expectável, dada a “falta de manutenção” da catedral.

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