O desastre foi evitado pelos bombeiros, que permaneceram
no interior do edifício de modo a criar uma muro de água entre o fogo e as duas
torres principais da catedral. Assim explicou o secretário de Estado francês,
Laurent Nuñez, louvando a “coragem” e a “determinação” das várias corporações.
Laurent Nuñez explicou ainda que bombeiros e polícias vão assegurar nas
próximas 48 horas a segurança da estrutura do catedral.
O incêndio de segunda-feira destruiu o tecto de
Notre-Dame e fez desabar a sua torre de 93 metros. O edifício, com mais de 800
anos, permaneceu, contudo, de pé. Emmanuel Macron afirmou esta terça-feira que
a catedral estará reconstruída em cinco anos e lançou uma campanha nacional de
angariação de fundos para as obras de reconstrução. “Vamos reconstruir a
catedral ainda mais bonita.” O incêndio de Notre-Dame, disse ainda Macron,
durante o breve discurso que fez em direto na televisão francesa, “lembra-nos
também que haverá sempre desafios a superar”. Até ao momento, foram angariados
cerca de 700 milhões de euros.
As autoridades acreditam que se tratou de um acidente
mas foi aberta uma investigação e pedida a colaboração de 50 pessoas para
tentar apurar as causas do fogo. Tem sido considerada a possibilidade de o
incêndio ter estado relacionado com as obras que se encontravam em curso na catedral.
No total, foram já ouvidas cerca de 30 pessoas, na sua maioria operários que
trabalhavam nessas obras de reabilitação do edifício.
Um funcionário judicial revelou à agência de notícias
Associated Press que os alarmes de incêndio soaram duas vezes e que da primeira
foi feita uma verificação ao local, não tendo sido, contudo, encontrados
quaisquer sinais de risco.
Quando os bombeiros foram chamados pela segunda vez,
já era tarde demais porque o fogo já se alastrara ao edifício. Têm também
surgido acusações a respeito do estado degradado em que a catedral se
encontrava, sendo certa para muitos a possibilidade de uma queda mesmo antes do
fogo.
A catedral está nas mãos do Estado francês e tem
estado no centro de uma disputa de longos anos entre o estado e a Diocese de
Paris, que continuam sem se entender sobre quem deverá financiar a restauração
das suas balaustradas, gárgulas em ruínas e fachadas já cheias de fissuras.
Jean-Michel Leniaud, presidente do conselho científico da Fundação do
Património francês, afirmou mesmo que aquilo que aconteceu na segunda-feira
era, de certo modo, expectável, dada a “falta de manutenção” da catedral.
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