Uma
ex-funcionária negra instaurou um processo por discriminação racial, no mês
passado, contra a Moschino. A trabalhadora alega que os clientes negros eram
apelidados de “Serena”, uma referência à tenista Serena
Williams que tem sido alvo de agressões raciais. Segundo esta, era pedido à
equipa que utilizasse este código e que seguisse discretamente os clientes.
“É
uma realidade triste, apesar da quantidade de dinheiro, tempo e lealdade que as
pessoas de cor, especialmente mulheres, colocam em marcas de luxo como a
Moschino, a empresa não demonstra respeito pelas políticas de trabalho
básicas“, afirmou Shameal Lataillade, a autora do processo, citada pela Vox.
A
Moschino já negou a acusação em comunicado, referindo que respeita todos os
clientes “independentemente da sua raça ou formação”.
Este
é o caso mais recente, mas já outras marcas foram acusadas do mesmo, como a Versace
ou a Zara.
Em
2016, um ex-funcionário da Versace em Pleasanton, Califórnia, processou a marca
por discriminação racial. O empregado alegou que foi despedido depois de o seu
patrão ter descoberto que era afro-americano.
O
funcionário disse que o gerente deu-lhe um código para clientes negros. O
processo, que ainda não foi resolvido, acusa o pessoal da loja de usar o código
“D410” para clientes negros. D410 seria também o código de cores da Versace
para camisas pretas.
Da
mesma forma, o Centro para a Democracia Popular em 2015 acusou a Zara de usar
palavras de código racial para clientes negros e latinos – mas a Zara nega.
O
grupo de advocacia entrevistou 251 funcionários da Zara em Nova York e os
entrevistados disseram que, quando o termo “pedido especial” é usado na
loja, os funcionários devem encontrar a localização dos compradores em questão
e segui-los. Os clientes negros foram frequentemente descritos como “pedidos
especiais”.
Além
disso, a Zara enfrentou uma ação judicial de discriminação de 40 milhões de
dólares em 2015, acusando-a de praticar favoritismo baseado na raça dentro
da empresa. O processo alegava que os gerentes tratavam os funcionários de pele
escura pior do que os colegas de pele mais clara.
Um
estudo da Gallup indicava, em 2015, que 24% dos
afro-americanos se sentiam discriminados durante as compras. Existam também
outros estudos que mostram que os afro-americanos são dos clientes com mais
poder de compra e são quem menos rouba dentro das lojas, mas a perceção dos
proprietários das lojas não está de acordo com isto.
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