Para o economista e investigador João Mosca,
os empresários moçambicanos devem, no contexto da crise financeira, ajustar a
forma de funcionamento dos seus empreendimentos, buscando novos mercados e
formas criativas de oferecer produtos acessíveis para as pessoas.
O académico falava em Maputo, durante o colóquio subordinado ao tema “A Crise económica e
financeira em Moçambique, trocada em quinhentas”, da iniciativa da Universidade
Politécnica e que juntou, na mesma sala, académicos, empresários e estudantes.
De acordo com João Mosca, se por um lado os
empresários devem ajustar a forma de funcionamento das suas empresas, por outro
as famílias devem reduzir os seus gastos, “por forma a poderem acomodar-se ao
cenário de perda do poder de compra que afecta grande parte das famílias
moçambicanas”.
“Ainda no contexto da crise financeira, há,
igualmente, a necessidade de a cidadania ter cada vez maior importância no
desenvolvimento e na solução dos problemas nacionais, bem como na elaboração e
participação nas decisões do Estado e do Governo”, considerou João Mosca.Numa outra abordagem, o orador definiu de
“muito crítica” a actual situação financeira do País. Defendeu que, embora
existam alguns sinais de melhoria, sobretudo nos sectores financeiros e
monetário, “na economia real, aquela que afecta directamente as empresas, os
empresários e as famílias, as coisas não estão a melhorar, excepto num e outro
sector”.
“Mas no seu conjunto, a crise continua e
acredito que vai perdurar por mais algum tempo”, assegurou João Mosca. No que
compete às soluções, o economista compreende, todavia, que as mesmas devem ser
sectorizadas, pois variam de família para família, ou de empresa para empresa.
“É verdade que muitas vezes é difícil, tanto
mais que algumas empresas fecharam por não encontrarem soluções para superar a
crise. Mas é possível haver experiências positivas como, por exemplo, ajustar o
funcionamento das empresas e as famílias encontrarem novas formas de consumo ou
de aplicarem os seus rendimentos”, sugeriu.Importa referir que João Mosca teceu estes
comentários no auditório da Biblioteca Central da Universidade Politécnica,
local que acolheu este colóquio que contou, ainda, com a participação de
Armanda Chissico, gestora educacional, do empresário Cláudio Chipanda, na
qualidade de oradores e o economista Caldas Xavier Chemane como moderador.
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