Nos
dias que correm, falar bem do Governo eh sinonimo de alguém que, não raciocina
por meios próprios, precisa do “sistema” para existir e por via disso, ser
ouvido, sem recurso a nomes bastantes usados como sejam “lambe-botas,
escoveiros” entre outros, aos olhos de parte da nossa sociedade, o Governo de
Moçambique não tem feito nada, absolutamente nada! Ora, como deve entender,
discordo desta forma de ver a Governação de Moçambique.
Por
outro lado, as pessoas que saem a criticar a Governação de Moçambique, o
Governo de Moçambique e seus apoiantes rotula-os de pessoas “pagas a peso de
ouro” para desestabilizar o Governo, estas pessoas ou organizações são a
“extensão” dos “inimigos” de Moçambique que, não podendo se expressar, usam as
vozes dessas pessoas ou organizações para exprimirem o que eles pensam, como
deve imaginar, também não comungo deste raciocínio, um raciocínio que relega e
despreza a capacidade individual, pior, a consciência da pessoa.
O
mais grave, na minha opinião, eh que parecem pensamentos inreconciliáveis,
tanto uns quanto outros, se aprisionam na sua forma de estar e pensar e, não
criam espaço de diálogo se quer com a outra forma de pensar Moçambique, são
todos absolutistas e irredutíveis, creio que, teremos de enveredar por um
meio-termo para que, as diferentes sensibilidades sejam ouvidas e tidas no
nosso seio, Moçambique precisa de todos os seus filhos, todos são poucos para a
difícil tarefa de produção e desenvolvimento.
Nesse
sentido, aparece Filipe Nyusi, Presidente da Republica de Moçambique a remar
contra mare, não poucas vezes, tanto uns quanto outros não o compreendem, eu
também faco parte da estatística, sendo que, o estimado leitor poderá colocar
se faco parte dos que o compreendem ou não, neutro não sou de certeza, assim
sendo, o Chefe do Estado fica sem o apoio necessário e indispensável para levar
avante a dura tarefa de trazer a paz definitiva para Moçambique.
As
conversações que nos trouxeram a trégua sem prazo, valem pelo facto de que, a
Renamo tem estado a cumprir, não tem estado a atacar, no entanto, os
pronunciamentos do líder da Renamo, no dia de votação nas intercalares de
Nampula trouxeram a luz a dura verdade, a de que a paz não eh um dado adquirido
no pais, lembrou-nos da existência de homens devidamente armados nas matas de
Moçambique que, por qualquer motivo podem retornar a guerra.
Os
recentes pronunciamentos do porta-voz da Renamo em relação ao recenseamento
eleitoral, sobre a deslocação de populações circunvizinhas das zonas
autárquicas para as autarquias, sem fundamento, traz a baila a ideia de que,
caso o partido Renamo perde as eleições, não sera por vontade dos eleitores
mas, por conta de populações circunvizinhas das zonas autarcizadas que votaram
na Frelimo, a questão que se coloca eh, como saber que, as populações
circunvizinhas são apoiantes da Frelimo e não de outro partido!
Aqui,
a coisa fica mais complicada, os pensadores de Moçambique, tanto uns como
outros e aqui surge um terceiro grupo, aquele que não associa a
desmilitarização com a descentralização, enquanto nos dois primeiros grupos, a
questão da desmilitarização eh crucial para uma descentralização sem problemas
no pais, retoma-se um dilema ao Chefe do Estado Moçambicano que, qualquer passo
em falso pode ser crucificado, não estivéssemos em plena semana SANTA.
Existe
algo que pode facilitar a vida de Filipe Jacinto Nyusi, que eh, o líder da
Renamo, Afonso Macacho Marceta Dhlakama, face aos entendimentos alcançados,
mostrar também que eh flexível, retornar a vida civil e confiar a sua segurança
ao estado Moçambicano, sei o quanto eh difícil isso, mas devemos pensar que, a
ida de Filipe Nyusi a Serra da Gorongosa não foi sem riscos, eh importante que
se de um sinal. Parece estar a ouvir o leitor a dizer “então não eh sinal de
confiança a trégua sem prazo” ate pode ser, no entanto, estamos a falar de um
entendimento entre homens de boa fé, enquanto o líder da Renamo se mantiver nas
matas de Gorongosa, com todo o efetivo que criou os transtornos que conhecemos,
os níveis de confiança sobre os acordos com o Chefe do Estado serão
desconfiados, sobretudo porque não podem ser revistos, porque de cavalheiros.
Os
ovos que Nyusi precisa, tanto podem ser fornecidos pelo líder da Renamo Afonso
Dhlakama, quanto pelo partido Frelimo e, pela sociedade como um todo e, deve
começar pela saída de Dhlakama das matas, seguindo-se a desmilitarização da
Renamo através de integração dos efectivos a PRM, FADM, SISE e outros lugares que
se acharem disponíveis, vamos todos contribuir com um ovo para que Nyusi
produza a omelete!
Adelino
Buque"
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