Apoiar João Lourenço deve ser considerado um
acto voluntarioso e da exclusiva responsabilidade da militância atenta do MPLA,
é de facto um proposito necessário em nada reprovável. Porém, esse esforço de apoiar a candidatura de
JL como cabeça de lista, não é de modo algum um sinal de apoio a JES, e, muito
menos significa apoiar Bornito de Sousa, o insigne ministro de JES sensor da
fraude eleitoral em marcha. A militância não pode continuar no decrepito
conformismo medieval de procrastinação eterna. Os militantes extra CAPs do MPLA, terão de ser
pacientes em aceitar humildemente abandonar a dinâmica individualista, que
permitirá sair do ostracismo da pirâmide profaníssima do sistema político
messiânico inoperante, imposto pelo ditador José Eduardo dos Santos. Não sabemos quais foram os objetivos que levaram
JES a apresentar o nome de JL ao comité central, nem a razão que o levou a
colocá-lo nessa saia justa de torna-lo em um inexpressivo cabeça de lista, sem
que JL ao menos detenha na mão a presidência do MPLA. No mínimo essa
candidatura é bizarra, porém necessária e útil.
Sabemos que o MPLA é expugnável como qualquer
outro partido, sobretudo por permanecer mais de 40 anos no poder. Por isso
existem motivos óbvios que ajudam a clarear a necessidade dos militantes
aceitar apoiar a candidatura de João Lourenço, como cabeça de lista do
MPLA. A primeiro delas, seria analisar os efeitos
dessa candidatura a curto, médio, e longo prazo, a avaliação não deve conter
nenhuma leviana concepção, a avaliação deve ser vista como necessidade única
posta, que poderá levar o MPLA e o país a uma mudança radical benéfica. Acresceria outras inflexões interrogativas como
as seguintes: quais os benefícios que essa candidatura traria para o país e
para o futuro do MPLA? Quais os objetivos que a candidatura preconiza
alcançar? Será que se trata de uma candidatura tampão, que
serve apenas para proteger o ditador e a sua família e acólitos? Não seria uma
candidatura que surge para continuar a postergar os direitos inalienáveis das
nossas liberdades de ir e vir, de expressão e de manifestação pública? Em segundo lugar avaliaria a condição que
levaram a apresentação de João Lourenço como cabeça de lista do MPLA. Fica
claro que apesar da segunda reflexão parecer produzir alguma substancia, na
verdade uma e a outra são taxativamente de uma evidente ambivalência
discricionária.
O cidadão tem o direito de conhecer qual será a
plataforma eleitoral de João Lourenço. A esse respeito as perguntas são inúmeras, de
todos os gostos, porém, destaco apenas algumas; Que João Lourenço teremos nas
próximas eleições? Ou melhor ainda, João Lourenço renovara o MPLA? JL está
talhado para realizar uma governação transparente? Sairá bonito na fotografia
familiar de “M” eventualmente renovado? João Lourenço terá de satisfazer não só a
curiosidade da militância do “M”, como a toda sociedade civil e castrense
votante, falando claramente de quais são as suas reais intenções, ou seja, o
que pretende fazer com a Sonangol e a Endiama.
O eleitor quer saber de JL, se manterá a filha
de sua excelência o tirano inescrupuloso JES, a excêntrica Isabel dos Ovos
Santos, na presidência da Sonangol? E quanto ao outro filho malandro do
ditador, Filomeno dos Santos Zenú, continuará a brincar de dono do nosso
dinheiro, empregue no simulacro fundo soberano EDUARDINO?
Temos o dever de tudo fazer para nos livrar de
uma vez por todas, do barão exportador absoluto da corrupção, e promotor
enigmático da desordem social, econômica, e financeira de Angola.
Além disso, os militantes e amigos do MPLA
querem muito saber como aparece como segundo cabeça de lista o sinistro Bornito
de Sousa O camarada João Lourenço, enquanto cabeça de lista, cabe-lhe escolher
o seu par, e prepara-lo para essa batalha eleitoral.
João Lourenço é dos nossos, é batalhador, e sabe
muito bem o que quer, ao contrário do refinado intriguista bajulador, e
corrupto Bornito de Sousa. Nós os militantes adversários de JES e da sua
quadrilha, conhecemos bem JL, e a toda sua família da qual faço vênia.
Não convém a JL tornar-se prisioneiro da
fraude eleitoral já em marcha, essa situação vai fragiliza-lo e torná-lo-á
futuramente refém do ditador infame, e Bornito será utilizado como seu
permanente polícia. Nós militantes do MPLA, sabemos que Bornito de
Sousa é um descarado caloteiro, não paga as dividas milionárias ao credor (leia-se
povo angolano) que o tornaram rico, e o promoveram automaticamente para o
escalão máximo de um dos fabulosos herdeiros da corrupção endêmica, que grassa
por toda administração do estado. Taxativamente JL não precisa da fraude
para se eleger, vamos ajuda-lo a vencer esse pleito, sem ter por perto o
malicioso Bornito de Sousa. Bornito de Sousa está caracterizado pela maioria
absoluta dos angolanos, como exímio bajulador especializado em intrigas.
Sem falsas modéstias, a atual momento que o MPLA
atravessa, transporta-nos lastimavelmente a uma situação crítica medieval
abalável, e seriamente desconfortante. Essa situação leva-nos a outros
inviáveis patamares que urge detectar e resolve-los. Seria um erro crasso
continuar a procrastinar a exigível mudança de rumo que o MPLA tanto precisa.
Enquanto militante do MPLA, entendo que devamos aceitar a situação de mudança
como uma necessidade, que nos levará a exautorar de uma forma perene, a
oligarquia delinquente do poder. Mesmo sabendo tratar-se de uma mudança
limitadíssima, o facto é que exige uma imediata aceitação cabível e tolerante
da militância inteligente. O país está sitiado e, essa mudança poderá potenciar
a formula de democratizar estruturalmente o MPLA. Todos os militantes juntos
ainda somos poucos para retirar o MPLA do estado de letargia amorfa que o
degrada cada vez mais. É preciso fazer-se alguma coisa já para retirar
o MPLA do tradicional fissuramento inqualificavelmente antidemocrático de
partido-estado, afastar o MPLA da letargia amorfa latente em que fora
mergulhado é tarefa difícil, mas possível. Essa colagem de partido-estado, que caminha lado
a lado desde a fundação mediática da republica popular de Angola, deixaram
seviciadas marcas profundas na população que inviabilizaram até o momento a
democratização não só do MPLA, como também do país. É tempo de mudança apesar do momento ser
tortuoso, acredito que tal situação produzirá uma providencial alteração
substancial na forma de agir do MPLA, a partir do momento em que o ditador for
apeado e/ou mesmo torpedeado da aparatosa máquina do poder executivo. Se JES e sua família forem de uma vez erradicado
do poder, o MPLA será forçado a deixar de lado o insustentável ostracismo, que
ajudou a fundia-lo no oceano da obscuridade letárgica, onde se encontra. Aqueles
que, como eu não se reveem nos importunáveis CAPs, por sinal trata-se de
verdadeiras centrais de excentricidades irascíveis, onde os impiedosos
corruptos passeiam impunemente a sua inusitada vaidade de imponentes cidadãos
de consciência congelada. Ainda assim, a massa militante pensante, aqueles
que caminham distanciados dos ideais defendidos pelo do EDUARDISMO no interior
do MPLA, com elegância, e, movidos de elevado espirito altruísta, deveríamos
propor-nos em apoiar a candidatura de JL a presidência da república.
Não vamos (Raúl Diniz,autor do texto, na foto) novamente aceitar ser trados como
carneiros, tratam-nos como soberanos enquanto votamos e, como escravos
descartáveis após votar. Os militantes e os cidadãos não podem de maneira
nenhuma servir apenas como armas de arremesso, para justificar as variáveis
contradições políticas existenciais do ditador. Ajudar a eleger o
camarada João Lourenço é uma necessidade de mudança urgente, penso que JL
merece o benefício da dúvida. Apoiar JL não significa estender a mão a Bornito
de Sousa, e muito menos apoia-lo nessa odisseia falseadora de resultados
eleitorais fraudados.
- - - - - - - - - Em Junho de 2001, a imprensa
portuguesa noticiou o caso de um cidadão Raul Santos Diniz (na foto) que teria enganado a Endiama
fazendo-se passar por «Irmão» de Eduardo dos Santos.Dizendo ser «irmão» do presidente
angolano, conseguiu que o então
presidente da Endiama Agostinho
Gaspar o nomeasse para director-adjunto da filial em Lisboa e transferisse
verbas avultadas (3,6 milhões de dólares) para a sua conta pessoal. Tudo com um
simples telefonema…Foi uma das transferências, feitas em 1999, que suscitou a
desconfiança da Polícia Judiciária em Portugal, que deu o alerta à congénere
angolana DNIC.Raul Diniz foi então julgado por dois crimes de burla e um de
branqueamento de capitais.Portugal recusou extraditar Raul Diniz, que
também estava a ser julgado por uma alegada burla ao Banco
Espírito Santo, no valor de cinco mil contos, em 1998.Andou foragido das
autoridades portuguesas tendo sido apanhado apenas em 2008 pelas autoridades de
em Araranguá, no Sul do estado de Santa Catarina, (Brasil) onde desempenhava a
actividade de pastor evangélico, tendo sido apanhado ao se dirigir para casa
numa viatura de marca Cheroke com a Matricula do Rio de Janeiro.Raul Diniz, de
60 anos, é hoje um dos ferrenhos opositores do Presidente José Eduardo dos
Santos.
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