segunda-feira, setembro 01, 2014
Eleições da mudança
Começou neste domingo em todo o
país a campanha para as eleições gerais e provinciais previstas para 15 de Outubro,
sem a presença pública do líder da principal força da oposição, Afonso
Dhlakama, que continua escondido em lugar desconhecido.O partido Frelimo, no
poder, e o MDM, terceira maior força, iniciaram a caça ao voto na província de
Nampula, e a Renamo na Zambézia. A campanha da Frelimo foi lançada por Armando
Guebuza, na qualidade do presidente do partido, a do MDM pelo respectivo
presidente, Daviz Simango, e a da Renamo pelo secretário-geral, Manuel Bissopo.
A Renamo iniciou a campanha sem o seu líder, Afonso Dhlakama, por causa do
mesmo continuar em parte incerta por razões de segurança. Na passada
sexta-feira, António Muchanga, porta-voz desse partido e do respectivo líder,
disse que ainda não foram criadas condições objectivas para o reaparecimento de
Afonso Dhlakama. Segundo Muchanga, a Renamo espera pela aprovação da Declaração
de Cessar-fogo, dos Mecanismos de Garantia e dos Termos de Referência da Missão
dos Observadores Militares Internacionais para o seu líder reaparecer em
público. Acrescentou, por outro lado, que a Renamo precisa da presença dos
observadores internacionais para testemunhar o início do processo, assim como
para garantir a segurança de qualquer das partes. “Neste momento, estamos entre
beligerantes, e qualquer coisa que aconteça, não há quem vai arbitrar”, disse
António Muchanga, que adiantou que, ao longo da campanha, Afonso Dhlakama vai
comunicar com os seus apoiantes, em todos os locais programados, através dos
habituais canais, ou seja, por via de telefone. Muchanga disse que se, tudo
correr dentro do espírito de boa vontade e segundo o previsto nos acordos, até
ao final desta semana tudo poderá ser ultrapassado. Segundo os Termos de
Referência aprovados pelas partes, os observadores internacionais deverão estar
dentro do país 10 dias depois da assinatura do acordo de cessar-fogo, facto que
aconteceu no passado dia 18 de Agosto. Até à próxima quarta-feira já terão
passado os dez dias.O Governo tinha a responsabilidade de, no dia seguinte ao
da assinatura do acordo, iniciar os contactos com as embaixadas dos oito países
propostos pelas partes para observarem a implementação do cessar-fogo e a fase
subsequente. A Frelimo, a Renamo e o MDM, bem como mais 27 partidos, coligações
e grupos de cidadãos, iniciaram a disputa do voto dos 10,7 milhões de eleitores
registados pelos órgãos eleitorais.Das 30 formações políticas, apenas a
Frelimo, a Renamo e o MDM concorrem para os 11 círculos eleitorais nacionais e
dois da diáspora (nomeadamente, África e Resto do Mundo), uma vez que as
restantes 27 forças políticas inscreveram-se apenas para alguns círculos
eleitorais, ou foram impedidos pelos órgãos eleitorais de concorrer em todo o
território nacional e na diáspora, por falta de requisitos. (B. Álvaro)
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